quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Keep Calm and Learn French



What a heresy! Encontrei a versão francesa do Keep Calm. É o Parfait Stressé. Aprecie estes aperitivos:

Tente utilizar o seu gato como almofada.

Colecione cartões de crédito.

Nas suas próximas férias escolha um país em plena guerra civil.

Atenda sempre ao telefone. Nunca se sabe. Poderão anunciar talvez a morte de alguém.

Minta o mais frequente possível, até que você não saiba mais a quem contou o quê.

Esforce-se por atrair a atenção em todo momento. Se necessário não hesite em causar um escândalo.

Lave as suas roupas íntimas de seda na máquina no programa Branco, Algodão, 90º.

Convide para o jantar a pessoa que você sonha em seduzir. Prepare a refeição você mesmo se inspirando em um livro de receitas exóticas (traduzido do chinês por um tradutor tcheco, por exemplo).

Escute os conselhos de seu melhor amigo e vá cortar os cabelos no salão de um cabelereiro fashion. Diga-lhe: "Eu tenho vontade de mudar o visual, eu confio em você".

Vá à boate e dance. Imagine que John Travolta está na pista e julga a sua técnica.

Um condutor histérico lhe insulta pois você atravessou debaixo do nariz dele. Diga-lhe alto e forte: "Desculpe-me caro amigo, não haveria entre nós um leve mal-entendido?".

Não saia jamais sem uma arma de fogo na sua bolsa.

Coloque a sua cabeça entre os joelhos, balance para trás e para frente e salmodeie: "Oh meu Deus, ó meu Deus...".

Encete uma psicoterapia. Mencione-a ao seu patrão durante o balanço de fim-de-ano.

Descubra a criança que dorme em você - ela faz ainda provavelmente xixi na cama.

Assista documentários animais - em particular aqueles em que a gente os vê devorar seu primogênito, matarem-se uns aos outros após o acasalamento, lutarem até à morte durante o período do cio.

Quando você chamar um taxi exija um condutor grosseiro e racista, que ignora o uso do desodorante e despreza luzes vermelhas.

Você nunca notou como a erva ondula sob o vento e curva a espinha, de medo que a brisa a quebre? Estúpido, não?

Imagine uma floresta tropical e uma praia de areia branca. Depois pergunte-se quando vão chegar os lenhadores, as imobiliárias, as medusas venenosas e os testes nucleares.

Vamos ficar por aqui que a coisa tá ficando crítica...

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Mais um degrau



Gostaria de parabenizar o ex-colega de física, Rafael Bán Jacobsen, autor de “Tempos & Costumes”, “Solenar” e “Uma Leve Simetria”, pela posse da cadeira número 29 da Academia Rio-Grandense de Letras nesta terça-feira, dia 12 de novembro de 2013. Ele virou doutor em física, eu não cheguei a concluir, passei para a matemática.

E acredito que entre as principais qualidades que fizeram-no merecer este destaque figuram o bom-humor e a erudição, bem acima da média, qualidades estas que são apenas um corolário da sua ampla formação em música, ciência, literatura, cabala, nutrição, atletismo e, como se diz por aí, 'o diabo a quatro'.

Queria aproveitar a ocasião para estabelecer a diplomacia também, de maneira geral. Queria dizer o que penso dos judeus, depois de anos de estudo sobre o que os cientistas sociais chamam de 'a questão judaica' ou 'o problema judaico'. Cheguei a uma conclusão para mim satisfatória: ser judeu é gostar de arriscar, mas muito muito mesmo, muitíssissímo, como organizar uma expedição para encontrar o pote de ouro do outro lado do arco-íris, ou, mais compreensível, é como pular de pára-quedas: se não der certo, a morte aguarda lá embaixo, se der certo, as pessoas aplaudem estrondosamente.

Deu sorte hein Rafael!