domingo, 29 de junho de 2014
Murais da Ufrgs II
De um antigo relógio alemão
soa uma sincronizada melodia
seguida de doze secas badaladas.
É meia-noite.
De um lado da sala,
uma lareira de tijolos escurecidos pelo fogo
aquece o ambiente, emitindo um desarmonioso jogo de sombras.
Suas labaredas avermelhadas entre suaves tons azulados,
contrastam apenas com a luz de um pequeno lampião enferrujado
sobre uma rústica mesa de madeira.
Por entre as frestas da janela,
cujos vidros um tanto embaçados permitem
a visão da lua e das estrelas reluzindo opacamente
em meio a bruma que cobre toda a cidade;
penetra, causando um frio doído de solidão,
o Vento,
que em harmonia com o incessante vai-e-vem
do pêndulo do relógio,
leva à uma sufocante depressão melancólica
e faz com que, lá fora, as folhas das árvores
dancem, numa melodia compassada
de agudas notas cálidas.
Espelho Natureza de Viviane Grahl
terça-feira, 17 de junho de 2014
Murais da Ufrgs I
Éramos tantos...
Éramos índios, negros, mulatos, mulheres, amarelos, homens, crianças, brancos, enfim...
Muitos de nós, feito piratas, uníssonos, falávamos em saquear os navios, seus lemes, seus mapas, mistérios, segredos.
Em naufrágios contidos na coragem, revelaríamos o que só as águas sabem guardar.
Renato Gusmão em Café com Angu - crônicas e outros poemas.
Assinar:
Postagens (Atom)