domingo, 29 de junho de 2014

Murais da Ufrgs II



De um antigo relógio alemão
soa uma sincronizada melodia
seguida de doze secas badaladas.
É meia-noite.

De um lado da sala,
uma lareira de tijolos escurecidos pelo fogo
aquece o ambiente, emitindo um desarmonioso jogo de sombras.

Suas labaredas avermelhadas entre suaves tons azulados,
contrastam apenas com a luz de um pequeno lampião enferrujado
sobre uma rústica mesa de madeira.

Por entre as frestas da janela,
cujos vidros um tanto embaçados permitem
a visão da lua e das estrelas reluzindo opacamente
em meio a bruma que cobre toda a cidade;
penetra, causando um frio doído de solidão,
o Vento,
que em harmonia com o incessante vai-e-vem
do pêndulo do relógio,
leva à uma sufocante depressão melancólica
e faz com que, lá fora, as folhas das árvores
dancem, numa melodia compassada
de agudas notas cálidas.

Espelho Natureza de Viviane Grahl

Nenhum comentário: