quinta-feira, 30 de abril de 2009

A verdadeira corlaqueada




Sobre aquele post Corlaqueando recebi um e-mail do corlaqueado semana passada. Vale a pena:


Oi, li o seu blog.

Nesse ano comemoram-se nove anos desde a primeira corlaqueada
faiscante a esse que vos relata.

Faz um tempão que te contei essa, não admira que não lembres do
contexto: estava acompanhado e quando fulana se distraiu e foi beber
café me deixando só, chega a "corlaqueira" toda saidinha e com
peitões duas vezes maiores e empinados que a concorrente, num
decote bem mais ousado. Faz sua graca, dá uma piscadinha, um
rodopio de minissaia e ao ver fulana voltando, sai sorrindo triunfante.

Depois quando fulana se queixava do ocorrido, emputecida de ódio
e me cobrando atitude, saiu-se com essa: ah, é que a ******** fica
se corlaqueando toda pra ti !

Nas indas e vindas encontrei fulana no orkut e pessoalmente esses
tempos. As estações passaram por ela cruelmente... até se formou,
porem entrou firme pro time das barangas.


terça-feira, 28 de abril de 2009

Acelga




Quinta-feira passada escrevi um discurso inflamado sobre a mentalidade urbana. Risível. Só lamento pra quem acreditou nele e levou tudo a sério. De vez em quando é bom retocar a fachada de hipocrisia.


Estava pensando nisso hoje meio-dia enquanto comia a minha salada de acelga. Olha, não é muito boa a tal salada pra o paladar mas é verde, é cru, então venha a nós. Li sobre crudivorismo num livro de medicina natural. Diz lá que a antiga ciência da nutrição está ultrapassada. Mais precisamente: o valor dos alimentos não se mede pela quantidade de vitaminas, minerais, oligoelementos, aminoácidos, fibras, essas coisas que a maioria da pessoas já ouviu falar alguma vez.


A atual ciência da nutrição mede o valor de um alimento pela sua força vital. Nesse sentido os alimentos crus estão no topo da lista. Então viva a saladinha de acelga.
Diz ainda que o útero de mulheres sem força vital não consegue pôr o filho pra fora na hora do parto. Pode ficar o dia inteiro se expremendo que não sai. Só com cesariana. Chato isso, não?
A explicação é até bem simples: o calor desnatura proteínas.


Bem se é verdade que a gente é o que come então talvez uma mudança no comportamento das pessoas esteja associada a uma mudança nos hábitos alimentares. Hipócrates, quando definiu os temperamentos - colérico, fleumático, melancólico e sanguíneo - associou-os a fluidos diferentes do corpo. Sanguíneo de sangue, fleumático de fleuma e assim por diante. Nesse ponto ele estava errado. Mas em outro ele acertou na mosca: os temperamentos variam em função de variáveis físicas. A psicologia nos faz crer que os temperamentos são mero fruto do ambiente e da educação.


Hoje em dia se sabe que uma pessoa com o sistema nervoso funcionando a mil por hora é um sanguíneo e que uma pessoa com o sistema nervoso operando em câmera lenta é um melancólico. Ora, a alimentação influe poderosamente no estado de saúde dos nervos.
Diz o manual de psiquiatria: os melancólicos tem hipotonia intestinal, como se a causa da hipotonia fosse a melancolia. Diz o manual de nutrição: a hipotonia intestinal é a causa da melancolia.


Baseado nisso, fica mais ou menos evidente que o temperamento pode ser mudado - pela alimentação. Com isso em mente agora, me lembro do título daquele livro: Temperamento controlado pelo espírito. Será possível?
Pense sobre isso!


Gre-Nal em 3 tempos



*************** A Colombiana

Doutoranda em matemática ela tem duas bandeiras no quarto: uma da Colômbia evidentemente e a outra, a outra do Brasil? Do Grêmio.
Outro dia estávamos na sala da Rosane - secretária da pós - e ela entrou com uma turma. Na sequência aproximou-se da mesinha na qual a Rosane preparava o chimarrão e deu de cara com a bomba, esta decorada com a insígnia do Inter. Abaixou-se, apontou para o símbolo vermelho e chiou:
- Mas com esse negocinho aqui não.

***************** Corolário

Isso já deu o que falar. Corolário é uma consequência de um teorema. Sempre tem alguém que insiste: corolário é colorário.

***************** Unha tricolor

Semana passada pintei as unhas de cor-de-rosa e branco alternadamente, quer dizer, uma rosa, a outra branca e assim por diante. Na hora da aula o colega ao meu lado, botou o olho na minha unha e falou: - tu devia pintar de preto, azul e branco.


Projeto Janelas Abertas



A PPG Filosofia UFRGS solicita divulgar este ciclo de palestras:

Projeto “Janelas Abertas” – Quinta-feira, 30 de abril de 2009, 14 horas, Auditório do ILEA, prédio 43322, Campus do Vale



COMPUTAÇÃO E CONSCIÊNCIA

Prof. Dr. Marco Aurélio Pires Idiart (UFRGS – Instituto de Física)



Há mais de 50 anos, o matemático Alan Turing, um dos principais teóricos a que devemos o surgimento dos computadores digitais, publicou um artigo em que se perguntava: “Pode uma máquina pensar?”

Considerando que não temos acesso direto à vida mental de outros indivíduos, Turing propôs que aplicássemos à máquina os mesmos critérios que usamos para nossos semelhantes. Assim, uma máquina será consciente se, ao interagir com um ser humano, parecer humana: na linguagem moderna, será consciente quando passar o “Teste de Turing”. Essa idéia aparentemente despretensiosa deu origem à “Teoria Computacional da Mente”, e a um acirrado debate de meio século entre filósofos, neurocientistas e físicos sobre a natureza da consciência humana.



Em sua palestra, o Prof. Idiart apresentará o estado atual desse debate, delineando conceitos e pontos críticos, e indicando um possível papel da física na sua solução.



Marco Aurélio Pires Idiart é Doutor em Física pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1992), com pós-doutoramento na Universidade Brandeis, Estados Unidos, em redes neurais e neurociência computacional (1992-1995). Atualmente é professor assistente da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Tem experiência na área de Física, com ênfase em Física da Matéria Condensada, atuando principalmente nos seguintes temas: Física Estatística, Física de Sistemas Complexos, Redes Neurais e Neurociência Computacional.





Entrada franca.

Serão emitidos certificados.

Informações: Secretaria do PPG em Filosofia

(51)3308-6616

ppgfilo@ufrgs.br


quinta-feira, 23 de abril de 2009

Canicídio de novo



Buenas, após um feriadão prolongado - tinha professor largando já na quinta - outra notícia desagradável no mural da biblioteca:

********************** COVARDIA ************************************

Em 2 noites, mais 7 cães foram envenenados no bloco IV por um psicopata.
Nota minha: psicopata é boa.
O fato foi registrado na polícia e demais providências estão sendo tomadas.
Outra nota: convenhamos que há um pouquinho de frescura nesta história toda. Me parece que a mentalidade urbana - que é justo a que mais mata - não aceita com naturalidade certos atos que na roça são tratados como rotina, como matar animais incômodos. As pessoas da cidade estão impregnadas de uma pseudo-civilidade, que chega a ser ridícula. Estão por demais preocupadas consigo mesmas, mal conversam com os demais, não se escandalizam pelo esfriamento do amor e outras virtudes, mas fazem um escândalo por causa de meia dúzia de cães mortos. Vou te contar...


quinta-feira, 16 de abril de 2009

Ouvido de um professor particular



- Como é que tu faz pra cobrar cem reais por uma aula de cálculo?
- Não é bem assim, tem que passar uma vaselina no cara antes.
- O que significa isso, passar uma vaselina?
- Tem que passar um K.O.
- O que é K.O.?
- Conversa.
- Ah, entendi, tem que vender o produto.
- É, tem que falar que eu já fui professor de cálculo e tenho vários anos de experiência em aula particular. Se o cara quiser pagar o meu preço feito, se não...
Detalhe: é a aula particular de cálculo mais cara de que eu tenho notícia. O preço varia entre 25 e 50. E 50 só com mestrado pra frente. Outro detalhe: o professor só tem graduação. Detalhe diferencial: Em economia. Detalhe importante: tem quem pague cem reais por uma aula, ou melhor, várias vezes de cem reais por várias aulas de cálculo.


Corlaqueando



O sujeito foi a uma festa universitária, flertou com uma gata e daqui a pouco estavam ele a guria num canto, ela corlaqueando ele e ele se deleitando.
Essa quem me contou foi um ex-colega da Física. A etmologia do verbo corlaquear é a seguinte, conforme ele me explicou: alguns anos atrás havia uma indústria de laticínios chamada Corlac - hoje se chama Cootal. Temos uma filial em Taquara, bem na avenida principal, todo mundo conhece.
Já está pegando a idéia no ar?
Corlaqueando aí significa esfregar as tetas nas costas do touro. Há quem diga que somos todas umas vacas. Tem um blog com esse nome, eu achei outro dia.


Crack na garrafa



Puts, essa semana o funcionário da biblioteca me abordou de novo, o mesmo.
Só porque eu tinha entrado com a minha garrafinha de água verde-amarela. Estava eu pesquisando alegre e esperançosamente na sessão de Variável Complexa quando ele me abordou:
- Vou levar a tua garrafinha pra não dar problema.
Pegou a garrafa e foi saindo.
Retruquei: - Não te preocupa que não tem crack aí dentro.
E ele: - Ah, então nem vou levar.
Mas levou.


Bebê de 4 meses




Encontrei um professor que não via há tempo semana passada e disse-me ele que nesse meio tempo deu até pra fazer nenê. Está com quatro mesinhos o pentelho.
Bem me lembro quando ele nos contou que ia se casar. Faz alguns anos. Estava comemorando: Quem comeu comeu quem não comeu não come mais.
Dizia que ia juntar os trapos e ia morar numa casinha no Três Figueiras. Falei: no Três Figueiras não tem casinha. E ele: Ah, então tu conhece o Três Figueiras.


Cuidado



Voltando ao assunto do canicídeo no Vale - é isso mesmo, alguém está dando veneno para os cães morrerem - veja o que escreveram no Forum da Ufrgs no Orkut. Peguei isto num cartaz afixado no corredor de aulas:
- Não concordo com o método, mas escroto é ver aqueles vira-latas na porta do RU. Ou passeando pelo prédio de aulas.
O post é assinado por Calib Muad'Dib. A data é de 8 de abril.
Bom, o que eu teria a dizer sobre isso? Meu avô usava algumas técnicas horripilantes para sacrificar filhotes de cães indesejados como paulada na cabeça, por exemplo. Sempre achei isto horrível. Acho que os bichos que merecem morrer são aqueles que nos passam doenças.
Agora, se a prefeitura do Campus do Vale não dá um jeito naquela cachorrada toda obviamente nós estudantes ou até mesmo os servidores temos o direito de resolver a parada, não? Agora eu ficaria bem mais feliz se os bichinhos fossem aproveitados em algum churrasquinho - poderia ser vendido na porta do RU, enquanto o pessoal enfrenta a fila, ia vender que é uma loucura. Até porque todo mundo ia pensar que era de carne bovina. A propósito alguém aí já envenenou uma vaca?
Acho que o que nós estamos precisando mesmo é criar uma seita que adore os cães. Assim, eles não só serão poupados como também nos trarão bençãos infindáveis como por exemplo notas mais altas, arregos do orientador, enfim, coisas incríveis. E na porta do RU bem como nos corredores eles serão saudados com misuras. Por toda a parte do campus serão honrados. Os alunos se dividirão para levarem uma raçãozinha pra eles - imagina, o número de cães é da ordem de 0,01 vezes o número de frequentadores do campus do Vale. Isto significa que há cem pessoas para cada cão. Então basta eu passar no mercado uma vez a cada 100 dias e comprar uma raçãozinha para um pobre cãozinho faminto.
Bem, mas mesmo alimentados eles vão continuar perambulando por lá, você pode dizer, e estorvando a população universitária. E o biotério? Inauguraram um há pouco tempo. Poderiam levar as divindades caninas para o biotério e fazer experimentos com eles. Sem matá-los evidentemente - que na Ufrgs vigora a mentalidade da abolição especista, não é uma verdade?
Outra opção é criar um canil para os Canis Familiaris reinarem. Eles reinariam sobre nós todos e se nós fizéssemos a vontade deles eles nos abençoariam ricamente, et cetera e tal.
No fim acho que isso é mesmo um jogo de poder. Já dizia o meu primo pra o vira-lata dele: Mente superior domina mente inferior.
E o cachorro dele entendia.
Só falta agora os cães entenderem essa jogada e armarem uma conspiração contra os humanos. Bem, mas sempre haverá quem fique do lado deles. E se forem os leões ou os ursos nós estaremos perdidos.


quinta-feira, 9 de abril de 2009

Zombarias




Estava recordando das aulas de Geometria, quando eu chegava atrasada e o Prof. cantava uma "musiquinha de crente": Atrás o mundo Jesus na frente...
Ele queria dizer que pra mim a faculdade estava em segundo plano, que a minha prioridade era Jesus? Ou ele queria tirar um onda comigo? Sei lá, vai saber.
Quer ver outro professor que zoou legal comigo foi o Lang, de epistemologia da física. Já falei sobre ele antes, de como ele é arriado e tal.
Aconteceu assim: Eu e alguns colegas andávamos lado a lado com ele no corredor do Instituto de Física. Então ele ouviu acidentalmente eu falar pra uma colega que eu gostaria de ter seguido carreira na Aeronáutica. E não perdeu a oportunidade. Pegou a bola quicando e acertou a raquetada bem em cima: - Tu na aeronáutica só se for para pilotar fogão - disse ele.
Bem, na hora eu fiquei arrasada. Tudo bem que o cara é um tipo retrossexual, mas eu esperava uma mentalidade mais aberta de um professor universitário.
Quanto à pilotar fogão não tenho problema. Aliás adoro cozinhar e faço alguns pratos até razoáveis.
Agora vou explicar a minha paixão pela aeronáutica. Vou tentar. Talvez nem eu saiba direito. Talvez os meus motivos sejam inconscientes. Uma coisa que me fascina é o som do caça. Frequentemente eles passam na região de Cachoeirinha quando estou vindo a Porto Alegre; e eu logo ligo as minhas anteninhas - as anteninhas detectoras do inimigo.
Confesso uma coisa: a emoção de ouvir um caça rasgando o céu em segundos é tão grande que se eu estiver sensibilizada por algum problema eu choro. Parece ridículo. E é. Mas pelo menos prova que o meu coração não é de plástico.
Tudo bem, mas não nem por isso sou uma pessoa emotiva. Na minha formatura, nós do bacharelado não derramamos uma gota sequer de lágrimas, ao passo que os licenciandos, a maioria deles, se desfizeram em choro.
É a mente dominando o espírito. Somos racionais, tão racionais que temos vegonha de chorar por causa de um caça.


terça-feira, 7 de abril de 2009

Grosserias




Semana passada bloguei só um dia porque a correria está grande. Está um parto para conseguir livro este semestre. Na biblioteca tem mas está tudo retirado. A única esperança é reservar e aguardar duas semanas para pegar o livro.
Bem, ainda sobre gafes e ofensas não propositais faço questão de recordar da minha infância, da minha quarta série. Muitos colegas vinham de Igrejinha e Três Coroas pra estudar em Taquara diariamente. Era uma gente muito esperta, desenvolvida, todos em nível adiantado de inglês, enquanto nós da casa apenas engatinhávamos nesta língua estrangeira.
Me lembro da Renata de Três Coroas corrigindo o colega, do Vale do Quilombo na mesma cidade. Ele dizia: - Se tu querer a gente pode fazer aquela coisa - não me lembro o que era, uma coisinha qualquer. E ela ralhava: - Não sabe nem falar português e quer falar inglês.
E a melhor: O que me faz rir ao lembrar até hoje é a presença de espírito daqueles guris. É que gaúcho quando quer sabe mesmo ser grosso. Mas eles não tinham problema com isso. Quando alguém os chamava de
- GROSSO
eles logo completavam o dito
- COMPRIDO E PELUDO
Está aí. Não há nada que não se resolva com o espírito vivaz. Até a grosseria.
Esses dias passei por uma dessas. Eu já estou careca de saber que não pode usar a internet na biblioteca, isto é, que os computadores são só para pesquisa à base de dados, o Sabi: Sistema de Acesso à Biblioteca. Mas teimei em sar uma navegadinha básica. Daqui a pouco aperece o funcionário com a frase de sempre: Esses computadores são só para pesquisa ao acervo, viu?
E eu me levantando pra ir embora: - Tá bom, então agora eu já sabi.
Ele riu, eu me fui embora sem maiores xixis.