segunda-feira, 18 de maio de 2009
O amigo sexólogo
Ontem enquanto eu tomava banho olhei pela janela para ver se o meu rei Davi estaria lá me cobiçando, me desejando e dei de cara com o vizinho. Decepcionada fechei a janela, voltei a me ensaboar e pensei na prova da próxima quinta-feira.
Semana de prova é uma correria, mal dá tempo pra pensar em homem. Logo eu que sou viciada em homem. Algum tempo atrás consultei uma sexóloga para tirar umas dúvidas. Do nada ela me vem com esta: - Me conta por que tu não gosta de homem.
Não me lembro o que eu respondi na hora. Deve ter sido algo do tipo: - Não doutora a senhora não está entendendo. É o contrário. O meu problema é que eu gosto dimaaais de homem.
Fico pensando que Bate-Seba também tinha um fraco por homem. Afinal ela não negou fogo ao rei Davi. E isso que ela era casada com um guerreiro, o tipo masculino que mais frequenta os romances de banca.
Você pode dizer, é que ela era interesseira e como o rei era rico aproveitou a oportunidade. Conheço mulheres que trocariam toda fortuna do marido por um centímetro a mais de prazer.
No fim quem levou a fama foi Davi. Bate-seba saiu da história sem qualquer arranhão, com um bebê nos braços e virou heroína.
Viu? Pra quê sexóloga? É só ler a Bíblia.
Isso me faz lembrar o meu amigo sexólogo. Achei ele no meio da Ufrgs rateando e acabamos virando amigos. Fomos ao cinema juntos e trocamos experiências juntas.
Não sei bem qual era a intenção dele, só sei que ele decidiu virar meu sexólogo. Marcou pra toda terça no Centro de Vivência. Aí levava uma revista da Abriu Cultural chamada Vida Íntima, que fala sobre sexualidade. Era tipo um folhetim, hoje não existe mais essa revista. Um outro periódico, acho que da mesma editora, era a Enciclopédia do Amor e do Sexo.
Enquanto folheava a revista, me explicava algumas coisas e eu ficava me sentindo uma pré-adolescente. Mas eu também ensinava algumas coisas pra ele que incrivelmente ele não sabia. Ele achava que a Marta Sulplicy é um tipo sapatão porque ela afirma nos livros dela sobre educação sexual que existe apenas um tipo de orgasmo. E eu não tive muita dificuldade pra fazê-lo entender que a Marta está certa.
Imagina, um cara com anos de experiência sexual, que já introduziu mulheres às artes do pompoarismo e do sexo tântrico, que conhece a técnica do X - ele tentou me explicar essa técnica, mas eu não quis aprender - e mal conhece a fisiologia feminina.
Ah, foi ele que me contou a história que deu a inspiração ao conto Teoria do Espirro. Ele dizia que a tal mulher trabalhava no andar superior ao dele e que ela espirrava muito alto. Era uma mulher espalhafatosa, escandalosamente descontraída. E ele apostou com o colega de trabalho que a mulher era uma taradinha e tinha uma carrada de filhos. Ganhou a aposta.
Vê que pra certas descobertas a investigação é totalmente desnecessária. Basta o olho clínico. Ou o ouvido clínico. Um exemplo: certo amigo folheava uma revista de fofoca e veio a deparar-se com a foto da Luma de Oliveira. Comentou do alto da sua sabedoria de playboy: - Essa mulher tem cara de quem já deu pra a cidade de São Paulo inteira. Agora me diz: a Luma tem mesmo uma cara de faceira, não tem?
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Um comentário:
Essa enciclopédia do Amor e Sexo tem umas coisas legais mesmo.
Não precisa ser muito esperto pra perceber que mulheres como a Luma de Oliveira são dadas, pois elas fazem questão de deixar bem explícito, nem deve ter muita graça pros homens, fácil demais, hehehehe.
Bom, pelo menos eu acho que coisas fáceis demais perdem a graça, não sei se os homens são assim, hehehe.
Bom, quanto a gostar demaaais de homem, me parece tri normal (se não for, conheço poucas mulheres normais, ou que pelo menos disfarçam bem, hehe), o problema seria se não gostasse, daí seria estranho. ;)
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