sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Feliz Aniversário



Dia 20 de agosto fiz 29 aninhos. Sei que ninguém me dá essa idade, que tenho cara e espírito de mocinha, o que é até certo ponto bom.

E pra comemorar com os colegas fiz negrinhos e um bolo de pão-de-ló recheado com moranguinhos e coberto com chocolate e nozes. Coloquei tudo numa bolsa de viagem e me fui pra Porto Alegre. Ninguém nem desconfiou que eu levava uma festa na bolsa. Já na Ufrgs escondi o pacote na geladeira da nossa sala de estudos e fui pra aula. Ninguém sabia de nada. Quando deu uma da tarde, o povo retornando do almoço, chamei os colegas da outra sala de estudos e os que estavam no corredor. O Patropy disse que ia comprar refri. Quando ele voltou iniciamos a festinha. Eu me dei uma festa surpresa hahaha. Sem nenhum aviso prévio.

Como calculei mal o tamanho do bolo sobrou um pedaço grande. Indignada gritei: Poxa gente eu me esforcei para fazer tudo isso e vocês só comem um pedacinho cada um? Vão acabar com este bolo já se não eu vou dar uma rufa de pau em vocês!
Aí ficou todo mundo encolhido no canto e um primeiro estendeu o prato:
- Me dá mais um pedacinho.
O segundo:
- Eu quero mais uma fatia. Bem fininha.
Um por um foram pedindo o repeteco.

Brincadeira isso gente. É que tenho uns amigos gaúchos, bem baguais, e eles inventaram essa bobagem aí.

Mas, eu tô falando sério, eles gostaram mesmo do bolo. Ficaram só falando: - Ai foi ela que fez o bolo. Foi ela que fez o bolo. Ai foi tu que fez o bolo? Ai foi tu que fez o bolo?

O que que tem de mais em fazer um bolinho? Não é nenhuma arte de confeiteiro nem nada. Só tem que ter vontade. E pra mim é um prazer.

Ontem a Paty e mais dois colegas me surpreenderam com um presente de aníver e um cartão de felicidades assinado pela turma. Ganhei uma meia rosa e uma caneca rosa. Agradeci muito e gostei muito também.

Sobre os dizeres no cartão teve referências ao discurso de formatura e declarações de afeto e teve uma revelação: tenho um super-herói que me defende das moscas. Foi o que o Diego escreveu:
Lisany se algum dia uma mosca passar no teu caminho lembres que eu estou aqui pra te defender.
Não é confortante?


Divulgação




Pesquei essas palestras no mural da BSCSH - ô nominho esse!:

Questões sobre Ciência e Fé

Data: 01/09/2009
Horário: 12:30 - 13:30
Local: Auditório do ILEA (Prédio 43322)

Palestrantes não definidos, só diz que um é professor da Ufrgs e outro é doutor em físico - química pela Usp.

A entrada é franca.

I Seminário sobre estratégias substitutivas:
pensar o uso de animais no ensino


Local: Auditório da Faced

Esse também tem entrada franca.

Programação:

16 de setembro
Mesa I: Questões Jurídicas e Educacionais
Mesa II: O Ensino de Bioquímica e Fisiologia

17 de setembro
Mesa I: Ensino de Anatomia, Zoologia e Técnica Operatória
Mesa II: A ética e o uso de Animais no Ensino

A propósito, alguma vez aí fui assistir uma palestra sobre Ética Animal na Puc-RS apresentada por um doutorando, que recém chegado da Inglaterra, onde estivera fazendo parte dos seus estudos, acabara de lançar um livro sobre o tema em questão.

A platéia fervilhava de fãs do sujeito, duas biólogas eufóricas para arrastá-lo para as suas respectivas camas, falavam a todo tempo e militantes da causa dos animais questionavam-no sobre testes de produtos em animais. E a palestra nem havia começado ainda.

Na verdade fui lá só porque pensava que meus amigos também iriam. No fim eles não foram o que me permitiu aproveitar melhor o conteúdo. Não captei muita coisa pois era um amontoado sem fim de estatísticas apresentadas em Data Show.

O que eu curti mesmo foi uma história verídica que aconteceu na Inglaterra. A que ponto chegam os defensores de animais me fez rir.

O fato segundo o relato do "escritor garanhão" é que uma ONG indignada com a criação de chinchilas ou o que o valha - esses bichinhos de pele macia - mandava e-mails para os criadores com o intuito de interromper o processo lucrativo em cima das indefesas fofuras.

Pra resumir, no fim de X dias, sem ter qualquer resultado, os militantes partiram pra ação. Porque o verbo não resolve tudo. Desenterram os parentes dos criadores e enviaram uma mão para eles. Pra ser preciso parece que foi a avó do sujeito.

Fico imaginando que devia ser uma mão linda linda, magrinha, douradinha do sol, a mão perfeita. Quem não gostaria de ganhar uma mão assim? Se resolveu? Não sei.



sexta-feira, 14 de agosto de 2009

A Marianne e a marijuana






Tirei outra velhinha do baú. Sacudi-a, chacoalhei-a, bati o pó, sem esbofeteá-la, é claro. Seguinte:

Marianne é a figura alegórica (uma mulher) que representa a República Francesa, sendo portanto uma personificação nacional.

Sob a aparência de uma mulher usando um barrete frígio, Marianne encarna a República Francesa e representa a permanência dos valores da república e dos cidadãos franceses: Liberté, Égalité, Fraternité (Liberdade, Igualdade e Fraternidade). Marianne é a representação simbólica da mãe pátria, simultaneamente enérgica, guerreira, pacífica e protectora e maternal.

O seu nome provém, provavelmente, da contracção de Marie e de Anne, dois nomes muito frequentes no século XVIII entre o população feminina do Reino de França.

Para os aristocratas contra-revolucionários, o nome tornou-se pejorativo porque figurava o povo, a plebe. Os revolucionários adoptaram-na para simbolizar a mudança de regime.

Bem, pra ver o que se passa na mente de um estudante de Matemática, a saber, Piragiba Júnior, o Pirinha ou o Pira (entre nós), filho do grande Pira pai, já falecido - foi-se uma mente notável. O Pira usa uma barba comprida. Só tinha dois barbudos no Vale, ele e um amigo dele. Por muito tempo achei que a barba do Pira fosse rebeldia. Um dia finalmente ele explicou. Era barba de judeu. Quando o pai dele faleceu levei uma plantinha pra ele cheia de pelinhos: barba de judeu.

Não sei da onde o Pira tirou isso, mas ele acredita piamente que tem sangue judeu. Pelo sobrenome de solteira da mãe ele concluiu que é judeu. Uma vez acompanhei-o ao Neju, isto é, ao Núcleo de Estudos Judaicos da Ufrgs, onde ele foi buscar um lenço grande e branco que mandou vir de Israel. Parece que é usado nas cerimônias do Muro das Lamentações.

Sobre essa coisa de ser ou não ser judeu, creio muitos de nós descendentes de imigrantes temos sangue judeu. Por causa do fenômeno dos cristãos novos onde os judeus foram forçados a tornarem-se cristãos ou por causa da guerra quando muitos tiveram de negar a raça para sobreviver perdeu-se a identidade.

Pessoalmente simpatizo com o judaísmo messiânico, que é o que mais se aproxima com o cristianismo. Na verdade os judeus itself não aceitam o messianismo como sendo um ramo do judaísmo.

Bem, voltando ao Pira. Estávamos na minha festa de aniversário há alguns anos atrás em um restaurante italiano e eu havia acabado de ganhar um dicionário em francês. Daí entramos no assunto da França e eu mencionei a Marianne como símbolo da república francesa. Pra quê! O Pira foi direto: Se a Marianne é o símbolo da França então a marijuana é o símbolo da Jamaica.
Foi muito engraçado. Todos riram muito.


terça-feira, 11 de agosto de 2009

A República das Alfaces






Hoje terminam as férias. Que férias! Imaginam onde estive?

Voltei ontem da República das Alfaces. É. Neste país fantástico só tem homens e alfaces. De sorte que quando aterrisei por lá eles entraram em desespero. Eu era a primeira mulher que desembarcava naquele pequeno país desde a sua fundação.

A propósito até alguns anos atrás aquela região era repleta de mulheres. Mas segundo conta uma lenda local todas elas vieram a falecer pois as alfaces as envenenaram. E ninguém soube detectar a tempo que o mal delas era comer alface.

Então estava eu frente a frente com aqueles comedores de alface famintos de mulher. Pensei que maldita agência de turismo. Comprei um pacote para Porto Seguro e fui parar na República das Alfaces. É nisso que dá fazer trato por e-mail. Daqui pra frente não caio mais no conto do vigário. Só faço acordo se estiver tudo claríssimo.

Agora adivinhem o que eu fiz:
A)Atendi o desejo de todos eles em uma semana apenas
B)Lancei sorte e satisfiz o sorteado
C)Disparei a correr em direção ao avião
D)Mandei enfilar a rapaziada à moda universitária bêbada
E)Liguei para o 0900 da Sociedade Vegetariana
F)Como o estupro fosse inevitável relaxei e aproveitei
G)Liguei para um verdureiro especialista em alfaçólatras
H)Rezei para Nossa Senhora Cultivadora de Alface
I)Falei que estava com gripe A pra eles se afastarem
J)Esfreguei os olhos para ter certeza de que não estava sonhando
K)Liguei para o meu amigo sexólogo que me mandou fazer como ele me ensinou
L)Nenhuma das alternativas anteriores

Nem pensei em voltar à realidade sabe? Mas agora voltei. Foi só porque eu comi alface - 2 folhas crespas, amargas e enormes - hoje no almoço. Também comi uma cenoura média. Geralmente como as grandes. Hoje comi uma menorzinha. Era até mais saborosa que as grandes.

Vê o resultado de três semanas com o cérebro inativo? É nisso que dá.


quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Os gnomos das cuecas e a UGOlogia




A propósito desse encontro de ufologistas semana passada lembrei-me de um texto pra lá de cômico que recebi por e-mail do ex-colega de física, Tiago Peczenyj, atualmente desenvolvedor do globo.com, quando ainda usávamos um sistema operacional pra lá de arcaico, algo como MS-DOS, no antigo Vax, sala L205 do Instituto de Física. Não tinha mais o texto comigo mas reencontrei-o no ceticismoaberto.com. É todo seu.

Esta é uma paródia
Alguma vez uma de suas cuecas sumiu misteriosamente? Sua namorada, esposa, empregada ou mãe nada sabiam deste desaparecimento? Ou você sentiu-se envergonhado de perguntar? Você não está sozinho. Você presenciou o fenômeno dos gnomos das cuecas.

Budd Weiser é uma das muitas testemunhas deste fenômeno. No dia 23 de fevereiro de 1974, ele procurou sua cueca de listras vermelhas. Não a encontrou, e foi tomado por uma sensação estranha. Esta é a sensação “cueca perdida”, ilustrada no best-seller americano “Missing Underpants” do doutor John Quack. A hipótese de roubo foi tomada como ridícula, e Weiser estava à beira de um colapso nervoso quando finalmente encontrou o terapeuta Quack. Ele custava a lembrar-se do ocorrido, até que como um último recurso Quack utilizou a hipnose.

Foi então que surgiu a bombástica revelação: foram os gnomos que roubaram suas cuecas. Budd Weiser lembrou-se de estar deitado quando se sentiu subitamente paralisado. Pequenos gnomos das cuecas atravessaram a parede em fila e calmamente abriram a gaveta do armário para roubar sua cueca. Um deles chegou inclusive a subir no peito de Weiser, que agoniado tentava gritar mas não conseguia – na verdade ele mal conseguia respirar. Depois os gnomos saíram, novamente em fila atravessando a parede, e ele recuperou seus movimentos.

Relatos semelhantes vêm surgindo de todo o mundo. As pessoas têm a intrigante sensação “cueca perdida” e só descobrem a verdade quando são hipnotizadas por terapeutas qualificados, capazes de desbloquear as memórias que os gnomos procuraram esconder. Tais terapeutas são estudiosos da ugologia, que estuda UGOs (do inglês Underwear Gnomes Observations, ou Observações de Gnomos das Cuecas).

Os gnomos das cuecas e a ugologia representam não só um mistério intrigante. É um assunto da mais alta relevância econômica e social. Estima-se que algo em torno de três a quatro cuecas somem por ano para cada usuário de cueca. E o fenômeno é mundial, atingindo mais de 1 bilhão de pessoas em todo mundo – é preciso levar em conta que em muitas culturas o uso da cueca não é de praxe. Mesmo assim, seriam mais de 4 bilhões de cuecas sumindo anualmente!

Jeovaerd, editor da revista UGO comenta: “Com 4 bilhões de cuecas sumindo anualmente, mesmo que apenas 0,1% fosse devido aos gnomos das cuecas, já teríamos 4 milhões de roubos por ano! A ugologia é um fato, e só não vê quem não quer”. Jeovaerd ainda alardeia que “os ugologistas não precisam provar nada a ninguém. Só precisam fazer seu trabalho e pronto!”, o que reflete a indignação dos ugologistas frente aos céticos e desmascaradores que parecem ter medo de enxergar a verdade.

E Jeovaerd está certo: existem diversas evidências e milhares de relatos por todo o mundo. Há o caso dos gnomos de Ubatuba em 1957, quando um dos gnomos deixou cair seu capuz. Alguns anos depois, pedaços deste capuz chegaram a jornalistas e descobriu-se que era de um tipo de nylon que não existia em 57. Infelizmente, estes pedaços foram perdidos com o tempo, desconfia-se que o governo tenha encoberto as provas. Diversas pegadas de gnomos também foram fotografadas, assim como fotos de gnomos existem aos montes.

Porém, qual o sentido disto tudo? Por que os gnomos roubam nossas cuecas?

Em “A Verdade Nua” (The Naked Truth) o audacioso Erlanger Von Diether revela os planos secretos dos gnomos das cuecas. Eles pretendem obrigar todos os homens do mundo a usar cuecas apertadas e assim torná-los gradualmente estéreis até a extinção da raça humana. O roubo de cuecas é feito para obrigar a compra de cuecas novas e cada vez mais apertadas.

Estudos científicos demonstram que o homem moderno tem um número cada vez menor de espermatozóides por mililitro de esperma. Diether demonstra que a razão é clara: poucos sabem, mas o motivo pelo qual os homens têm o saco pendurado é porque a produção de espermatozóides requer uma temperatura de 1 a 2 graus menor que a do resto do corpo, e isso é alcançado deixando o saco a certa distância. As cuecas deixam o saco muito perto do corpo e impedem esta refrigeração, de forma que o uso continuado de cuecas prejudica cada vez mais a produção de sêmen. “As cuecas são o instrumento do Apocalipse!” defende Diether.

O livro de Diether vai mais além. Revela as ligações entre os gnomos das cuecas e as empresas multinacionais de roupa íntima. A tecnologia para produção de cuecas apertadas não existia até o século XIX. Existiam apenas cuecas samba-canção. Foi só depois do advento dos gnomos das cuecas é que surgiram as cuecas apertadas. Fica assim claro que a tecnologia de cuecas apertadas foi imposta pelos gnomos e adotada por empresas como a Zorba para acabar com a humanidade.

Porém, outros ugologistas discordam da hipótese de Diether e duvidam da malevolência dos pequenos gnomos, citando casos em que os gnomos transmitiram mensagens benéficas e importantes, como “Usem sempre camisinha”, “Visite seu urologista”, “Faça o exame de próstata” ou “Troquem de cueca diariamente”. Tais ugologistas entretanto apontam para a existência de uma conspiração governamental com os gnomos, a única explicação para a falta de provas e dificuldades encontradas.

A divulgação da existência de gnomos das cuecas em nosso planeta causaria pânico em toda população, e o sigilo e encobrimento procuram preservar o status quo. O governo teria firmado um acordo com os gnomos, e em troca de permitir o roubo de cuecas, receberia tecnologia para roupa íntima e assuntos relacionados. Os implantes de silicone, que só surgiram nos anos 70, e o biquíni, surgido nos anos 50, seriam apenas algumas das tecnologias recebidas dos gnomos.

Afinal, quais seriam as reais intenções dos gnomos? Por que o governo encobre este fenômeno? O grande mistério dos gnomos das cuecas continua intrigando.

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Livros recomendados:

- Cuecas Perdidas, tradução de ‘Missing Underpants’;
- Gnomos das Cuecas: investigando os gnomos com e sem hipnose;
- A Verdade Nua, tradução de ‘The Naked Truth’;



sábado, 1 de agosto de 2009

Observação





Tem gente achando que só porque eu elogiei o Paulo Mors eu estou interessada nele. Acho isto incrível. Não é de agora. Sempre que eu faço alguma apologia a alguma qualidade de um professor já fica todo mundo com malícia. Poxa queria explicar isso de uma vez por todas.

Seguinte: Se eu disser que um professor é inteligente, ensina bem, tem formação excelente, etc isto não significa nada pra mim. Agora se eu dissesse que professor tal é um gato, bonito, gostoso, cheiroso, etc daí poderia haver algo a mais nessa afirmação, não obrigatoriamente, é claro.

Tive um professor, que parava a aula pra dizer umas coisas totalmente fora do conteúdo. Por exemplo: certa aula do nada ele falou que na Alemanha, onde ele fez doutorado, as mulheres quando querem convidar um homem para ir pra cama convidam-no para "ver a minha coleção de selos".

E o colega, amante da física e do violoncelo, disparou um: Era bonita a coleção? O professor não respondeu nada.

Bah, estou de férias, nem sei até que dia, com essa alteração do calendário letivo por causa da gripe; só por isso vou escrever pouco. Meu cérebro merece um descanso. Aliás é o que as pessoas vivem me dizendo: Lisany, não estuda demais; ou, descansa um pouco a cabeça; ou, tu não cansa de estudar? Aí eu digo, quando me irrito: Por que? Tu vai me sustentar? Não né.

As pessoas se enganam. Eu estudo pouco. Os melhores alunos da Ufrgs estudam no mínimo 12 horas por dia em semana de provas. A vida é feita de esforço gente!