segunda-feira, 24 de maio de 2010
Pequeno dicionário
Tive prova de proficiência hoje. Estava marcada para às duas da tarde. E tinha que chegar quinze minutos antes. Eram dez pras duas eu estava pisando no campus, e eu ainda nem sabia qual era a sala. Passei no Instituto de Letras correndo, pra se porventura alguém soubesse, me adiantaria. Se não teria que passar na internet e me atrasaria mais. Na porta descobri que precisava atravessar uma roleta. E enquanto pensava em puxar o meu cartão de identificação da bolsa, dei de cara com o Prof. Fischer, saindo e, fiquei estaqueada olhando pra ele, não acreditando que realmente fosse ele. O cara é um mito, sabe, né? E ele esperou pra ver se eu ia reagir. Como eu não reagi ele sacou o cartão dele e passou na roleta.
Já na sala da Comissão de Proficiência, encontrei a responsável ao telefone e as salas das provas em um mural. Perguntei a ela será que me deixariam entrar porque "Eu estou atrasada" e ela respondeu "Vai, vai". Disparei pelos corredores até a biblioteca de Humanas e penei até achar um dicionário. Aqueles que eu usava quando fiz francês instrumental I e II não estavam lá. Na pressa peguei um volume grosso, passei no balcão pra retirá-lo e a moça levou horas pra me atender. Com o olho no relógio, já quase desistindo, faltava dois pras duas, guardei minha mochila que eu tinha deixado atrás dos bancos no armário e disparei a mil, com o fôlego que me restava para o prédio de aulas.
As palavras animadoras "Vai, vai" ainda ecoavam na minha memória. Subi as escadas até o segundo andar o mais depressa que pude e entrei na primeira das três salas indicadas no tal mural. Logo após mim entrou outra moça. Estava mais atrasada que eu. Que consolo. Procurei uma cadeira que não ficasse perto de ninguém e me sentei. Em seguida a monitora distribuiu as provas. No decorrer do exame vim a descobrir que aquela não era a minha sala de prova. Felizmente não me expulsaram.
Quando abri o dicionário a surpresa: francês pra francês. Pensei no pior. Que já era, que tinha perdido essa chance. Tentei sair pra pegar um francês-português mas me foi negado. Até podia sair, mas não pra pegar dicionário. No fim aquele me foi melhor, mais preciso nos significados, do que um comum. Um baita dicionário de 3000 páginas. O nome dele é o melhor de toda história: O pequeno dicionário de francês.
segunda-feira, 17 de maio de 2010
Notícias do Patropy - continuação
Fez outra pergunta:
- Vocês conhecem a minha bunda? Eu vou apresentar ela para vocês.
Pois é gurizada, ele baixou as calças e ficou mostrando aquela bunda escocesa branca dele, que situação. Eu estava cada vez mais surpreso com a minha “festinha”. E a coisa seguiu, as vodkas se indo também, e o Nyumbu cada vez mais falando de sexo. Até que em um dado momento umas das turcas vai embora. Até aí tudo normal, o diferente é que o Nyumbu saiu atrás dela dizendo que iria lá para buscá-la ou ter o que ele tanto falava.
Ninguém botou fé nele, mas dez minutos depois a turca liga para o meu quarto e pede para todos irem lá buscar o negão. Pois é ele estava lá tentando...., mas a turca nada. Bom se bem que em dez minutos, hahhaha.
A partir daí eu resolvi acabar com a festa, comecei a falar com as pessoas e aos poucos todos foram indo embora. Fiquei eu varrendo a casa, juntando os lixos e depois de uma meia hora ouço alguém batendo na porta. Era o Mohamad.
Ele dizia que estava morrendo , que não conseguia respirar , e que era alérgico. O fato é que ele estava podre de bêbado e mal conseguia se apoiar nas próprias pernas. Peguei ele e levei até o quarto dele. Chegando lá chamei o Elias e uma outra turca que falava a língua dele. Colocamos ele deitado , mesmo com ele dizendo que estava morrendo. Segundo o Elias , ele estava tendo alucinações devido a grande quantidade de bebida. Então quando ele estava quase dormindo ele dá um pulo da cama e começa a dizer:
-Eu to morrendo, não consigo respirar, por favor me salvem.
E isso aconteceu mais duas vezes, até que ele começou a falar sobre espaços de lagrange e dormiu. Que animada essa festinha não? Eu prefiro as de POA.
Outra coisa muito legal que aconteceu foi que o Diego veio me visitar. Ficou aqui três dias e conseguimos falar bastante de vocês, brincadeirinha. Passeamos , caminhamos um monte e até jogamos bola. Fomos também a uma janta com o pessoal da capoeira . Nessa janta uma senhora que tinha mais ou menos uns oitenta anos deu no meio do Diego. O querido ali , comendo feito um animallll, todos já haviam parado e o Diego a recém tinha aberto o botão da calça dele para a barriga se acomodar. Nisso essa senhora, que nunca tinha visto o Diego e que estava sem dar uma palavra, vira para o Diego e fala:
-Mas tu como hein. É só hoje, ou tu sempre come assim?
O Diego deu uma risadinha, ficou meio tímido e ..... seguiu comendo claro. Ninguém esperava que ele parasse né?
Outra coisa que eu tenho para contar para vocês é sobre a cultura daqui. Após sete meses já consigo ver a diferença entre um cara malandro e um cara mais comum aqui em Portugal. Se eu fosse descrever um cara aí do Bom Fim no que diz respeito ao jeito de falar seria mais ou menos assim:
-É um cara que no findi, depois de comer um churras vai para a Redença tomar um chimas com a gurizada e acha tudo isso dezzzzzzzz (lembra que um cara do bom fim tem aquele “E aíiiiiiimmm”).
Um cara daqui malandro ele usa calça mostrando a bunda e mais: ele tem uma característica forte, ele fala o “foda-se” (palavra que todo português adora) com bastante “ô” e bem de vagar, é bem na manha mesmo . É uma coisa mais ou menos assim:
-Vistes o sol que está lá fora ó Manoel?
-Fôôôôôda-se, sol do caraças.
Hoje, domingo de Páscoa fui à praia dar uma volta. Chegando lá tava um frio e um vento que me lembrou o minuano. Quase ninguém dentro do mar, pois é eu disse quase ninguém. Tinha uma família de esquimós, (se não eram esquimós pelos menos o cara devia ta sentindo os testículos na garganta porque com aquela água gelada sobe tudo) tomando banho de mar e de vento também e dois surfistas muito ruins que fez eu me lembrar de mim e do meu parceiro de surfe (na verdade eu e o Douglas passamos mais tempo em baixo da prancha, hahahha). Olha Douglas eu vou te dizer uma coisa: nós surfamos melhor do que eles.( esses caras devem ser ruins).
Gostaria de dizer também que eu (e todos os que não estão mais aí) continuo fazendo aniversário e as festinhas surpresa farão uma falta . Então podem continuar fazendo as vaquinhas para os presentes e mandando para a gente. Se quiserem mando aqui a minha conta corrente, ... hahahah
Certamente eu tenho muito mais para escrever mas isso tornaria o email mais chato ainda para vocês. Então termino desejando um ótimo pós Páscoa para todos , dizendo que eu adoro vocês e que eu irei passar alguns dias em off, pois a partir do dia 19 “ela vem chegando” e eu quero só aproveitar o meu amorzinho.
Grande abraço e até mais!
sexta-feira, 7 de maio de 2010
Notícias do Patropy
Finalmente o Patropy mandou sinal de vida. Muito grande a mensagem, portanto vou postar em duas partes no mínimo. E sem edição. Enjoy it!
Obs: Este e-mail contêm um conteúdo que poderia estar contido nas páginas do Diario Gaúcho, aquele jornal bagaceiro que só tem fofocas e tragédias. (Que frase terrível!)
Olá amigos!
Começo este e-mail dizendo que já fazem 7 meses que estou aqui. Impressionante como o tempo passa rápido, eu já tenho até um cabelo branco , hahahha. O certo que a saudade de vocês só aumenta e encontrar amigos como vocês é uma tarefa impossível. Confesso que nos primeiros meses eu não acreditava que iria suportar ficar longe da Pati , sem a minha família e sem os parceiros, mas hoje já consigo administrar a falta que os dois últimos me fazem, porque sem a Pati é impossível de viver.
Bom todos sabem que eu me mudei e quem não sabe , agora esta sabendo. Estou morando no mesmo lugar, só que agora em quarto de casal, com banheiro e banheira (te mete , agora é só chanpagne, moranguinho e banheira, só no romantismo) , sem espelho no teto (hei eu não moro num motel tá!) e tem uma cozinha que não se pode cozinhar (não me pergunta por que... português de Portugal .... hahhaha) . Em suma , como adora dizer o meu amigo Douglas, o lugar é bão, espaçoso e acho que a Pati (e quem vir nos visitar, não agora claro, porque seria uma sacanagem muito grande fazer isso logo agora que ela ta chegando) vai adorar.
Como eu me mudei e o lugar é espaçoso todos os meus colegas começaram a me pressionar para que eu fizesse uma festinha no lugar. Conversei com a Pati sobre a idéia e chegamos a conclusão de que seria muito legal , afinal eu andava com muita saudade dela e seria bom um pouco de diversão. Então no primeiro sábado após a minha chegada ao quarto chamei a galera e tava feita a merda (já vão entender o porquê da “merda”) . A Galera começou a chegar por volta da s dez da noite, e todos com algo em comum, qualquer tipo de bebida e uma garrafa de vodka em baixo do braço. Isso no início me deixou encucado. Imaginem uma festinha como uma garrafa de vodka por pessoa?
Devido ao grande número de garrafas de vodkas eu resolvi ficar só na Pepsi Cola, ainda bem que eu fiz isso. A minha decisão se baseava principalmente no fato de que eu estava recém chegando no quarto novo e quando você bebe as coisas absurdas podem se tornar meio engraçadas.
Então começa a festa, as pessoas começam a beber e no início temos apenas todos conversando e dando risadas. Alguns bebiam cervejas, outros licor de chocolate, outros começavam a beber vodka e a festa ia seguindo. Passada as duas primeiras horas as bebidas fracas acabaram e a vodka era o caminho mais natural. Todos começaram com a vodka e eu tomava café com leite, acreditem. Com vodka na cabeça a galera começou a dançar e as coisas começaram a esquentar. As duas colegas turcas colocaram músicas típicas da Turquia e trouxeram uma saía e o negão (africano) vestiu a saía e começou a dançar. Neste exato momento a Pati me liga, junto com o Di , a Thaísa e .... Eu atendi o skype, e no meio do breu e de uma gritaria eu falei : -oi meu amor! Ela espantada com aquilo, perguntou rindo um pouquinho para ser simpática:
-Patropy o que está acontecendo aí? Que animados que estão os teus amigos.
-É aquela festinha meu amor.
Nisso o negão vem e pede para falar com a Pati , que situação. Ela ficou tímida e pediu para o Di conversar com ele. Ele convidava o Di para vir para Portugal e falava um monte de coisa que eu não entendia, não esqueçam que ele estava com aquela sainha. A Pati e todos que estvam com ela foram para uma festa, meio apavorados, não era para menos. Depois disso o negão seguiu dançando e rebolando como se estivesse dançando a dança do ventre.
Nisso o meu colega escocês vem correndo e dá um carrinho, como aqueles do futebol e passa por baixo do negão , que se rebolava com as pernas meio abertas. Nesse momento eu começava a me preocupar. Para evitar uma bagunça excessiva eu coloquei uma lixeira no meio do quarto. No começo , todos vinham colocavam sua latinha na lixeira. Duas horas depois todos jogavam, do lugar onde estavam ,as suas sujeiras, isso fui muito legal. Naturalmente caíram umas sujeiras no chão, e eu neurótico (como o Lucas adora dizer) fui pegar uma vassoura. Quando eu volto vejo algumas notas de cinco euros em cima da minha cama, o Chris em cima de uma cadeira e todos gritando, sabem por que? Ele estava arremessando coisas de cima da cadeira na lixeira e isso valia dinheiro, a sujeira evidentemente era muito maior, e eu fiquei preocupado com a vizinhança, afinal existem vizinhos aqui.
A festa seguiu , as garrafas de vodka se acabando e o pessoal começou a ficar mais excitado. A coisa chegou a tal ponto que o Chris olhou para todos levantou , baixou o som e perguntou:
-Vocês conhecem as minhas tetas?
Todos só diziam:
-Não , não , não. E também não queremos conhecer.
- Ah, mas eu gostaria que vocês vissem elas, são tão belas. Vejam...
Pois é , ele mostrou as tetinhas dele. Mas não parou por aí.
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