quinta-feira, 28 de outubro de 2010

As Argilas do Brasil



Nesta semana que se passou tivemos semana acadêmica da matemática, da geografia e da física. Por conta disto andei circulando pelo campus e encontrei algumas coisas interessantes. Entre elas um artigo do jornal Courier de l'ouest do dia 8 de junho de 2010. Eis aí a tradução o mais literal possível.

Pra melhor compreensão do texto é relevante salientar que Vasles é uma pequena cidade do departamento francês Deux-Sèvres localizado na região Poitou-Charentes.

UM JOVEM VASLENHO DEBRUÇA-SE SOBRE AS ARGILAS DO BRASIL.



O primeiro francês a ir estudar geologia em Porto Alegre, no Brasil, é vaslenho. Uma bela imersão nesse país continente, para Fion Mc Gregor, onde há tanto a descobrir.

Com os olhos fixos sobre o solo, eles caminham sob o sol de outono do Brasil com o martelo e a lupa ao alcance da mão, para ter uma fenda fresca da rocha, examinar seu aspecto e tirar amostras.

Uma equipe de nove geólogos, profissionais e aprendizes, partiu em expedição nas minas de cobre de Camaquã, ao sudoeste do país. Entre eles, Fion Mc Gregor, filho de André criador de carneiros de Vasles e estudante do
mestrado nacional Argiles na cidade francesa Poitiers, vindo efetuar um estágio de três meses.

A estadia está centrada sobre as argilas nos meios associados às jazidas metalíferas. "São minerais onipresentes em nossa vida cotidiana, em domínios muito variados: desde os materiais de construção até a medicina e, certamente, como aqui, em geologia"; explica aquele que é o primeiro francês a vir a estudar a disciplina em Porto Alegre.

Um dos pioneiros desse intercâmbio é André Mexias, professor de geologia e primeiro brasileiro a ter estudado no Poitou... em 1988. "Nós temos a oferecer essa geologia "genial" e tão particular sobre a qual há muito estudo e trabalho a fazer. Aí nós temos muito numerosos assuntos a propor... E no próximo ano, esse mestrado entra no programa Erasmus Mundus, o que consolidará seu interesse internacional", explica o supervisor do estágio.

Na França, esse último só tinha estudado nos laboratórios. Hoje o Brasil dispõe dos mesmos meios de educação além do trabalho de terreno tão rico. Formações daqui em diante equitativas de um lado e outro do Atlântico que deixam esses professores universitários bastante orgulhosos.

O Deux-Sévrien abrindo o caminho desse intercâmbio está feliz dessa nova janela em seu curso. "Eu sempre procurei multiplicar as experiências ao nível de formação, pois isso abre novas perspectivas, novas maneiras de trabalhar, e é uma experiência pessoal muito rica. A gente aprende a se adaptar, a falar uma nova língua...".

Uma capacidade de adaptação, aliás, notável. Pois não é o inglês que eles falam entre eles, mas o português, aprendido muito rápido por Fion Mc Gregor, à força de leituras intensivas e de escuta. Tudo isso prmite um intercâmbio "de qualidade", talvez o primeiro de uma longa série. Pois as perpectivas são boas aqui para os estudantes. Se estima que 100% do território francês está geologicamente cartografado. Essa proporção é só de 10% no Brasil. Igual a dizer que as necessidades são imensas.



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