quarta-feira, 29 de junho de 2011
Dia de Vitória
Hoje é um dia de vitória, fiquei sabendo que eu passei na proficiência pra francês. E não só passei, mas fui uma das primeiras a entregar a prova. Não fui só eu que levei dois dicionários, teve até quem levasse três. Não pense em um dicionário de bolso, pense em uma enciclopédia. É. Fica aí uma dica pra quem ainda vai fazer a prova e não quer se matricular em um curso regular. Comece fazendo aulas de proficiência na Ufrgs, são dois semestres. Depois pegue um livro de introdução à leitura do francês e estude-o todinho, leia texto por texto. Mas não precisa fazer listas de vocabulário, isso pega com o tempo. Depois compre uma gramática, ou pegue na estante de casa, se tiver a sorte de ter uma. E também uma tabela de conjugação de verbos, é indispensável, mesmo que o seu dicionário-enciclopédia, tenha uma. Elas nunca são completas. Você vai precisar de um bom dicionário francês-francês e de um francês-português.
Pra completar retire uns livros de aprendizagem do francês, na biblioteca de Letras e leia pelo menos um. Na verdade não é pra ler, é pra estudar, nem que leve meia hora pra completar uma simples página. São extratos da literatura francesa tipo Le Comnte de Mont-Cristo, Le Rouge et Le Noir, e outros. Quando você estiver na maior empolgação chegará a data da prova! Pode ler o Le Monde Dipomatique também, tem na biblioteca e na livraria.
Ah, e é indispensável estudar pelo menos umas três provas de semestres anteriores pra saber qual é o tipo de pergunta que eles fazem. Não tem pergunta do tipo maldosa, creia-me, só tem uns textos que exigem muito do vocabulário. Então reze pra não cair um destes. Ainda assim, se cair, não leia todo o texto, leia primeiro as perguntas e, então o trecho necessário para respondê-las. Quanto a mim, acho que minhas orações foram atendidas porque os textos eram de um assunto que me é familiar. Portanto não tive a menor dificuldade com o vocabulário. Anotei alguma coisa depois que saí da prova e faço questão de passar em frente.
O texto 1 'Como vai a matemática?' trata da condição atual da matemática na França. Fala da interação cada vez maior entre os diferentes domínios da matemática e entre esta e as demais disciplinas, particularmente a física ..."As expectativas mais vivas estão na interface da matemática com as demais áreas do conhecimento". No entanto ..."é ingênuo imaginar que tudo se reduzirá à matemática apesar do seu alcance ser universal". O autor aborda também a polêmica da diminuição dos efetivos dos estudantes em matemática na França, o que é grave para a história deles, porque 12 dos 48 laureados com a Medalha Fields são provenientes de instituições francesas. A desculpa seria de a carreira de pesquisador não ser promissora. Engraçado, só agora eles teriam descoberto isso?
Fica uma pergunta no ar. Será que este fenômeno ocorre nos outros países também, em particular no Brasil? Será que essa diminuição é sobre o total de estudantes em matemática ou sobre o total de estudantes em geral? Em outras palavras, não seria apenas uma diminuição relativa, dada a quantidade de novos cursos da área ambiental e tecnológica que vem surgindo? Em nosso meio, há a opinião de que a procura por cursos segue tendências, e que atualmente, a preferência seria pela área de saúde, que já está a tempo saturada.
O outro texto "Estudantes, quem são vocês?" revela uma estatística feita com estudantes franceses e conclui algumas coisas interessantes:
i)mais da metade dos estudantes de graduação são mulheres;
ii)no doutorado fica meio a meio;
iii)estudantes mesmo sem dinheiro tem condições mais favoráveis que os demais jovens;
iv)o ensino superior não tem abertura social;
v)os aspectos considerados na escolha de uma carreira são o trabalho e prazer trazidos pelo estudo, além da qualidade, bem como o ingresso no mercado de trabalho.
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