Fazia um tempinho que eu estava tentando terminar um ensaio, faltava só o arremate. Foi depois de uma circulada pela Feira do Livro da capital que eu consegui dar a laçada final. Vou expor os argumentos:
Primeiro: A visão cabalística judaica da fábula da cigarra e da formiga de La Fontaine é a seguinte: a cigarra folga demais é certo, mas a formiga trabalha demais. Esta reflexão foi tirada de um livro do Rabino Nilton Bonder. O mais irônico de tudo isso é que La Fontaine nasceu em berço de ouro e nunca precisou trabalhar para se sustentar. Procure em qualquer enciclopédia.
Segundo: Jesus também faz uso dos seus conhecimentos de cabala judaica quando ele diz: Marta, Marta estás ansiosa e afatigada com muitas coisas; mas uma só é necessária, e Maria escolheu a parte boa, a qual não lhe será tirada.
Terceiro: Essa tirei de um livro de um sexólogo alemão: O europeu é o antípoda do hindu. Ele é o ser faustoso que procura dominar não a si mesmo mas o mundo, que luta não por repouso mas por movimento, não pela renúncia mas pelo gozo e pelo trabalho.
A civilização que produziu os sacerdotes hindus e o ioga foi aquela que deixou os textos sagrados conhecidos como Vedas. Estes escritos pregam a doutrina da renúncia ao mundo e do domínio de si próprio. Ensinam ser a vida um nada, todo acontecimento uma ilusão, todo prazer amargo no fundo e mandam o homem procurar sua felicidade na abstenção de todo gozo corporal, no domínio de toda paixão e na ensimesmação. Sob esta filosofia de vida encontra-se em certas cidades hindus faquires sentados em permanente estado imóvel sobre colunas ao sol causticante, de braços erguidos para o céu ou esquecidos do mundo imersos na contemplação do seu umbigo...
Quarto: Faltava um toque de ironia, pra não ficar tão sisudo este ensaio. Encontrei-o em um livrinho sobre ocultismo da Ediouro na Feira do Livro. Não é mais publicado, estava nos saldos. Diz lá:
A forma mais reivindicada de exercício mágico é o Abramelin, conhecimento contido no Livro da Mágica Sagrada de Abramelin, o Mago. De acordo com as normas do Abramelin, para conseguir poderes mágicos é necessário submeter-se a um longo processo de purificação da alma, eliminando os desejos carnais, mesquinharias e esperanças de lucro. O grande detalhe observado é que, depois de eliminar seus desejos carnais e esperanças de lucro, o adepto não saberá para que servirão os seus poderes mágicos recém descobertos.
quarta-feira, 16 de novembro de 2011
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário