terça-feira, 30 de outubro de 2012

A nacionalização



O autor do livro Oktoberfest 90 anos, Haike Roselane Kleber da Silva, conta que "a campanha de nacionalização de Vargas atingiu a totalidade das sociedades de cunho étnico germânico, com o fechamento de algumas e a nacionalização de outras (mudanças de nome, de estatutos, etc). E os Haberer não ficaram fora desse processo. Foram integrados, em 1941, como departamento da Sogipa, para que pudessem continuar existindo. Na lembrança de alguns atuais integrantes do Departamento de Bávaros, este processo foi doloroso, no entanto, não se perdeu o humor".

O autor conta mais adiante que antes da nacionalização "o público para a qual a festa era dirigida consistia, basicamente, na população descendente de alemães, que vivia em Porto Alegre ou arredores". Valentim Braum descreve melhor: "Eram todos de origem alemã, de Porto Alegre, e vinha muito gente de Santa Cruz, Lajeado. Como havia poucos ônibus naquela época, as pessoas aproveitavam a festa para virem a Porto Alegre fazer compras. Festa no domingo e compras na segunda". Hoje, quem vai à Oktoberfest de Blumenau aproveita para fazer compras na segunda também, pois a região é um pólo da indústria têxtil e do artesanato. Quem vai à festa de Igrejinha aproveita para comprar calçados, etc.

A nacionalização também atingiu o caráter dos integrantes do Departamento de Bávaros. Conta-se que atualmente "nem todos os integrantes dominam o idioma da origem do departamento, o que não os exclui da possibilidade de aprender minimamente os cânticos do grupo. Não é mais necessário ser descendente de bávaro ou de qualquer outro alemão. O exemplo maior é o sr. Sérgio Rossi, de ascendência italiana, e que aprendeu a cantar as músicas em alemão. Para os que integram o grupo ele é uma família, ou ao menos isto desejam que seja."

Recomendo: quem for a Blumenau não deixe de visitar o museu municipal, e atrás deste, o "Cemitério de Gatos". Pessoalmente prefiro um gato vivo do que vários mortos enterrados. No entanto, um livro de História na minha estante diz que os templários adoravam um ídolo com cabeça de gato. Então, quando olhei o guia turístico da cidade não resisti à curiosidade. Bem, este ídolo está lá, no meio do cemitério de gatos. É bem provável, que o Dr. Blumenau, tenha sido um templário. Bem, e o que isso tem a ver com a nacionalização? Nada! Mas que gato preto dá azar dá! Agora, lembre-se do início da narrativa: "Atrás do chalet do Black, aparece uma rua inteira com barracas de variedades..."

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