Você está caminhando numa estrada quando de repente olha para frente e vê uma onça pintada. Olha para trás e vê um tigre de bengala. Olha para a direita e vê um urso. Olha para a esquerda e vê um lobo. Para que lado você corre? Resposta: Para frente. Porque a onça é só pintada, não vai fazer nada.
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Baseada nesta charada popular fiz um conto. O herói da nossa história ganha o mapa de um tesouro secreto. Pega um avião particular e salta de pára-quedas no meio da floresta. À frente pula uma onça pintada do galho de uma árvore. Atrás um tigre de bengala mostra as suas presas. Dos dois lados muros altos. A primeira coisa que lhe veio à cabeça é oferecer uma parte inútil do corpo: a batata da perna, porque, pensava consigo mesmo, "é melhor entrar no paraíso sem a batata da perna do que com ela ser atirado no inferno". Não funcionou. Então lembrou que tinha uma garrafa de quentão na bolsa. A onça pintada e o tigre de bengala se entreolharam (nunca tinham bebido na vida), quiseram experimentar. Ficam fora da casinha, começam a rir à toa. Vão pra m canto, cochicham. Pegam embalo, vem com tudo em cima do paredão direito, ele desmorona em seguida.
Outra surpresa: um lobo arreganha os dentes para o nosso herói, que tenta negociar "a minha carne insípida" por um banquete. Não funciona, ele não sabe negociar. Ele tem uma idéia: coloca uma placa de "É proibida a entrada". Eles obedecem! Nesse meio tempo a onça e o tigre colocaram abaixo o outro muro, o esquerdo. Por cima dos escombros um urso vem defender a sua prole. O nosso herói corre, pega uma pá que trouxera para desenterrar o tesouro e cava rapidamente um valo em torno do campo. O urso se precipita para dentro sem poder frear a tempo. Bem, parece que desta vez o aventureiro está em segurança. Acontece que o quentão acabou e as feras já começam a voltar da embriaguez. Ele conclui que não dará tempo de fugir, sem eles o apanharem no caminho. Tenta comunicação remota, mas o celular está sem antena; faz sinais de fumaça, as feras ficam agitadas; pega então uma pedrinha, escreve um SOS num papel, embrulha a pedra no papel e joga na direção de uma caverna. "Quem sabe um ermitão more lá dentro", imagina ele.
Em alguns minutos uma revoada de morcegos sai lá de dentro e vem na direção do nosso herói, que sai correndo aleatoriamente pelo campo e, pisa sem querer numa grama fofa, afundando em seguida o pé. Cai no fundo de um poço vazio. Lá no fundo, quem diria, o tesouro. Felizmente os morcegos desistiram dele. Agora, o aventureiro ouve o ruído de uma hélice de helicóptero. "Ah, meus sinais de fumaça deram retorno", ele sorri com um brilho nos olhos. Olha, então, esperançoso, para cima. Dois pares de olhos o contemplam: o dono e o guarda do campo. Jogam uma corda e mandam ele se agarrar nela. "E o tesouro?", ele grita. Eles mostram uma arma para o campeão. Este é preso em flagrante e já na cela exclama aliviado: "Ah, que sonho essa prisão!".
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