quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Pesquisando as memórias passadas



A origem do sobrenome Gonzalez vem do nome germânico Gunthfuns [formado de gunt, guntha - batalha, e de funs - pronto], ou seja, pronto para a batalha.

Em 476 A.D., o antigo império romano ocidental, atacado pelos povos germânicos entrou em colapso, fracionando-se em 10 divisões: os francos, que vieram a ser a França; os anglo-saxões, que vieram a ser a Inglaterra; os alemanos, a Alemanha; os suevos, mais tarde Portugal; os visigodos, a Espanha; os burgundos, a Suíça; os lombardos, o norte da itália; e os vândalos, hérulos e ostrogodos que foram mais tarde destruídos.


São Jerônimo, ilustre sacerdote da igreja latina, autor da tradução das Escrituras Sagradas em latim, chamada Vulgata, e que viveu de 340 a 420 A.D., assim se expressou a respeito da situação do império romano: "Em nossos dias o ferro se misturou com o barro. Noutra época não houve nada mais forte que o império romano; agora, não existe coisa mais frágil; está misturado com as nações bárbaras, de cujo auxílio necessita".


Em consequência dessa mistura de ferro e barro, os descendentes do clã Gunthfuns tiveram o segundo elemento do nome trocado por salvus - salvo, o que resultou no novo nome Gunthsalvus, Gundisalvus. Este fato sucedeu-se na Península Ibérica, donde o nome chegou à forma atual através da expressão latina fq - ver nota final - Gundsalvici [filho do sr. Gundsalvus] que evolui para Gundsalvis, Gunzalves, Gonzalez; Gonzales e Gonçalves são variantes, esta última é portuguesa.

Nota: expressão clássica medieval que representa a primeira fórmula encontrada para distinguir as pessoas, quando não havia ainda sobrenome; é composta dos termos latinos filius, filho, e quondam, outrora, de uma vez, falecido [Johannes filius quondam Filippi, indicava o Johannes filho do falecido sr. Filippus]; com esta expressão se fixam quase todos os sobrenomes indicativos de filiação e que derivam de nomes próprios; aos poucos, a expressão foi-se reduzindo somente a quondam ou sistematicamente abreviada nos textos como fq. ou apenas q. Para maiores detalhes, convém ler o livro Filius Quondam [Ed. São João, 1996], onde se descreve amplamente o surgimento e a evolução de 'filius quondam' [pg 99 e ss.].

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