sexta-feira, 18 de julho de 2014

Descontos de Grimm



Essa é a minha versão do conto da Chapeuzinho Vermelho

Era uma vez uma menina tão boa e carinhosa que todos, só de olhá-la, lhe ficavam querendo bem. Mas quem mais a estimava mesmo, era a sua avozinha, que já não sabia o que fazer para mimá-la. Certo dia deu-lhe, de presente, um chapeuzinho vermelho, de veludo. Assentava-lhe tão bem que a pequena não queria usar nenhum outro e por isso a chamavam de Chapeuzinho Vermelho. Disse-lhe um dia sua mãe:

– Chapeuzinho Vermelho, aqui tens um bolo e uma garrafa de vinho; leva-os para tua avozinha. Ela ficará mui contente. Põe-te a caminho antes do sol forte e, quando estiveres lá fora, anda direitinho e não te afastes da estrada; poderás encontrar o lobo mau. Quando entrares no quarto, não te esqueças de dizer “bom dia”.

– Farei tudo como disseste – respondeu Chapeuzinho.

Acontece, porém, que a avozinha morava no bosque, cerca de meia hora da vila. Quando Chapeuzinho entrou no bosque, levantou os olhos e, ao ver dançar os raios de sol por entre as árvores e tudo em torno cheio de lindas flores, pensou “Se eu levo um ramo à avozinha, lhe dou uma alegria; é cedo ainda e chegarei a tempo”. E afastou-se do caminho para entrar no bosque à procura de flores. Quando colhia uma, parecia-lhe que, um pouco mais adiante, havia outra ainda mais bonita e, assim, penetrou cada vez mais no fundo do mato. E eis que surge o lobo. Chapeuzinho assustou-se mas surpreendeu-se com ele pois mostrou-se “camarada”:

– Onde vais Chapeuzinho?

– Vou à casa da minha avozinha.

– Queres que eu te acompanhe? Há muita maldade por aí, tu precisas de proteção.

– Quero sim, vou levar essas flores para ela e, também, bolo e vinho. Chegando à casa da avozinha, Chapeuzinho bateu à porta.

– Quem está aí?

– Chapeuzinho Vermelho que traz bolo e vinho para ti. Abre!

A avozinha reconheceu a voz da netinha e abriu a porta. O lobo não perdeu tempo e, de uma só vez, devorou as duas. Ficou com uma pança de 5 meses de gravidez. No entanto, o caçador ouvira os gritos das duas e pusera-se a caminho da casa da avozinha. Quando chegou lá viu a avó na cama, com as cortinhas fechadas, a touca quase lhe tapando o rosto, apresentando um aspecto muito esquisito.

– Avozinha – disse ele – como estão grandes os teus olhos.

– É pra te ver melhor.

– E como estão grandes as tuas mãos.

– É pra te pegar melhor.

– Mas, avozinha, que boca mais horrível.

– É pra te comer melhor!

Mal disse isso o lobo saltou da cama e foi atingido por uma bala da espingarda do caçador. O lobo caiu semi-morto. O caçador largou a espingarda, pegou o lobo de ponta-cabeça e sacudiu bem, devolvendo assim Chapeuzinho Vermelho e sua avozinha à vida. A menina exclamou:

– Como me assustei! E que escuridão na barriga do lobo!

O caçador deu mais um tiro no lobo que caiu morto no chão. Os três, então, se sentiram muito felizes. O caçador tirou a pele do lobo e levou-a consigo. A avozinha comeu o bolo e bebeu o vinho que Chapeuzinho lhe trouxera. A menina, por sua vez, pensou “Nunca mais me afastarei, sozinha, do caminho, quando minha mãe o tiver proibido”.

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