domingo, 28 de setembro de 2014
Descontos de Grimm IV
Branca de Neve
Em um dia de inverno rigoroso, flocos de neve caíam do céu como plumas brancas. Uma rainha achava-se cosendo junto ao rebordo de ébano da janela. Enquanto cosia, olhando para os flocos, aconteceu espetar a agulha em um dos dedos e três gotas de sangue pingaram sobre a neve. E, como o vermelho do sangue se destacava, vivamente, sobre o fundo branco, ela pensou: "Ah, se eu tivesse uma filha, branca como a neve, corada como o sangue e de cabelos negros como o ébano desta janela..."
Pouco tempo depois, nasceu uma menina que era branca como a neve, de faces coradas como o sangue e cabelo negro como a madeira de ébano. Por isso lhe puseram o nome de Branca de Neve. Mas, ao nascer a filha, a rainha morreu.
Um ano depois o rei tornou a casar-se. A nova rainha era muito linda, mas orgulhosa e petulante e não suportava que alguém a superasse em beleza. Tinha um espelho mágico e, cada vez que se olhava nele, perguntava:
-Espelhinho, dize-me uma coisa: Que neste país, é a mais formosa?
E o espelho respondia:
-Senhora rainha, vós sois a mais formosa em todo o país.
A rainha ficava satisfeita, pois sabia que o espelho falava sempre a verdade.
Enquanto isso, Branca de Neve foi crescendo e se tornando cada vez mais linda. Quando completou sete anos, era tão bela como a luz do sol, e muito mais que a própria rainha. Esta, certo dia, perguntou ao espelho:
-Espelhinho, dize-me uma coisa: Que neste país, é a mais formosa?
Respondeu-lhe o espelho:
-Senhora rainha, vós sois como uma estrela. Mas Branca de Neve é mil vezes mais bela!
A rainha empalideceu de inveja e, desde aquele dia, cada vez que via Branca de Neve, sentia o coração apertar dentro do peito, tanto era o ódio que sentia contra a menina. E a inveja e o orgulho, como ervas daninhas, cresceram cada vez mais em sua alma, não lhe dando sossego dia e noite.
Certa ocasião, chamou um caçador e lhe disse:
-Leva esta menina à floresta, porque eu não posso mais vê-la. Deverás matá-la e, como prova de teres cumprido minha ordem, traze-me o seu coração e o seu fígado.
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