terça-feira, 9 de junho de 2009
A Primeira Cola
Essa eu tenho que contar. Eu que nunca havia colado, que só havia sido fonte de cola - por trás, pela frente, pelo lado direito, pelo lado esquerdo, só não por cima porque não dava - ao me deparar com aquela montoeira de fórmulas de Probabilidade I não tive dúvidas. Pra falar a verdade tive dúvidas, mas acabei me decidindo pelo sim. Era o 3º semestre.
Enchi três páginas de fórmulas, levei no xerox, reduzi e coloquei tudo numa folha só. Feito isto dobrei o papel em várias partes e coloquei-o no bolso da jaqueta. Pensei: Pronto. Estou feita. Na hora H tiro a folha do bolso, desdobro e escondo em baixo da prova.
Que feio, né? Não tem nem vergonha de contar isso. Onde já se viu dando mau exemplo.
Enfim, chegou o dia H e a hora H. Levantei cedo - a prova começava às 8:30 - e respirei fundo. - É hoje - pensei comigo. Pela primeira vez na vida vou ser desonesta. Me dirigi à sala sem muita pressa. Ficava no prédio F, também chamado de 43123. A cola me fazia tranquila. Entrei e olhei para o quadro. As fórmulas estavam todas escritas no quadro.
Tudo bem. Mas não seria a última oportunidade. Foi no penúltimo semestre. Geometria Diferencial. Três cabeças na turma. Só as cabeças. O corpo ficava em casa dormindo. E aquela questão miserável na prova. Aquela que estava toda resolvida no livro, que eu havia lido, estudado e entendido mas não me lembrava. Aquela questão que faria a diferença entre ser aprovada ou reprovada.
Dessa vez não tive dúvidas mesmo. Pedi ao professor para ir ao banheiro, passei na biblioteca, revisei a questão e voltei pra sala em menos de 10 minutos. E passei! Aliás, fui a única da turma que passou. Graças à pesquisa extraordinária no meio da prova.
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