segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010
Certinhos Anônimos
Essa velhinha aqui é uma velhinha safadinha. É sobre um complexo que afeta os homens: o complexo de certinho. Tem o caso daquele guri que se achava meio certinho e depois de algum aconselhamento com amigos, começou a dar tapas na bunda da namorada na cama. Tem uma outra história que aconteceu na República que eu morei uns tempos ali no final da Av. Ipiranga entrando à direita. Não é um lugar muito aconselhável para moças do interior, mas... A maior parte de nós éramos universitários por isso chamo de República. Na verdade é uma Pousada. Tá, até aí OK. Conheci muitos personagens lendários por lá, que eventualmente farei alguma menção mais adiante. Por ora me concentrarei num em especial. Não era universitário o hominem.
Era um trabalhador, do interior, casado, um filho, que vinha periodicamente a Porto Alegre a trabalho. E nós tinhamos algo em comum: o gosto pela alimentação natural. A gente até dividia algum pãozinho integral com mel, tinha um tal de abacate derruba mulher (era só o nome, tá), o cara era uma boa pessoa pra se relacionar, quero dizer, uma pessoa legal, amiga, respeitosa. Acho que aí residia o problema do pai de família trabalhador.
Aconteceu um dia de aparecer a família do sujeito na pousada. Ficaram uns dois dias. Uma esposa amável, bem vestida, não deixava a desejar quanto à aparência e um filho que era um mimo, passou de colo em colo sem levantar um dedo, lindo o guri. E eu fiquei só pensando: não entendo, uma família dessas e o cara aqui em Porto Alegre sozinho, se aventurando, enfrentando as feras urbanas de espada em punho, sabe-se lá onde. Uma tarde cheguei pra ele e mandei ele tomar jeito, é, entrar na linha. A reação dele: - Não, mas eu tô justo querendo sair da linha... Bah, viajei feio. O cara era um membro do Certinhos Anônimos e eu não tinha me ligado.
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