quarta-feira, 7 de abril de 2010

Sobre Detetives



Estava lendo algo sobre mentes criminosas na banca de revista enquanto aguardava o horário de tomar o bus. Dizia que o crime é praticado para espantar o tédio. Daí me lembrei do Sherlock Holmes que fala no Signo dos Quatro - já mencionei isto antes - "Minha mente rebela-se contra a estagnação. Dê-me problemas, dê-me trabalho, o criptograma mais obscuro ou a mais intrincada analise e eu estarei em meu elemento. Eu posso viver então sem estimulantes artificiais. Mas eu abomino a rotina monótona da existência. Eu anseio por excitação mental".
Quer dizer, ele usa a profissão para espantar o tédio. E ambos detetive e criminoso usam drogas nos intervalos. Até parece que trabalham em cooperação, ou seja, um depende do outro para espantar o tédio.

Aqui cabe uma pergunta oportuna. Não teria outra coisa que espantasse o tédio de ambos? Alguns especialistas em emoções defendem que em nenhum momento os contos sobre o detetive da rua do padeiro se referem a relacionamentos afetivos do personagem ou passeios na praça com amigos ou leituras agradáveis ou um mundo de coisas que depertariam nele emoções positivas. Sendo assim só restava os casos e a droga mesmo pra remediar o tédio.

Não estou com muita pressa de terminar a série sobre o Sherlock... Caiu na minha mão um detalhe importante sobre a vida do Dr. Joseph Bell na última segunda feira. E vai fazer uma diferença na conclusão da análise. Só tenho que pesquisar mais um pouquinho. Acho que enquanto não sai o último capítulo o leitor pode meditar um pouco na letra da música 'Detetive' da Comunidade Ninjitsu:


meu pai é detetive
enfrenta broncas legais
teu pai é despachante
e não faz nada de mais
meu pai é detetive
prende bandido e traficante
teu pai é um cagalhão
que se esconde
atrás de estante

meu pai é detetive
entrou na casa do ladrão
deu um tiro a queima roupa
que quebrou a televisão
teu pai é despachante
e é um carinha simplório
não despacha nem macumba
e tem medo de velório

meu pai é detetive
conhece todos os tiras
teu pai é despachante
frequentaté o bafo de bira
meu pai é detetive
e não trata de bolinho
e teu pai, na boa,
acho que frita um soinho

meu pai é detetive
e já foi pra punta de leste
conhece todo o brasil
e tira férias no faroeste
teu pai é despachante
trabalha no big shop
e na quinta vai pro paraguai
trazer relógio g-shok



A minha colega de apartamento Luciana e eu dançamos ao som de Detetive algumas vezes. Nunca me esquecerei dela e da música.


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