sábado, 26 de setembro de 2009

Aquele dia de chuva e de sorte



Caía um forte temporal no Rio de Janeiro. O Instituto de Matemática Pura e Aplicada começava a liberar os estudantes ao final de mais um dia de esforços. Mas voltar para casa como? A água estava na altura do joelho. Algumas mulheres conseguiram passar a noite em casa de colegas ali no Jardim Botânico mesmo. Dos que moravam longe, quatro doutorandos de Geometria Diferencial passaram num bar para abastecer e beber. Depois retornaram ao IMPA e já instalados em uma sala confortável se aplicaram na demonstração de uma equação que há tempos os desafiava. E ali ficaram até tarde, já era meia noite quando finalmente conseguiram o resultado desejado. Uma solução a quatro mãos nas palavras de um deles.

Creio que é isso que move o matemático: a excitação mental. Nas palavras de Sherlock Holmes: Minha mente rebela-se contra a estagnação. Dê-me problemas, dê-me trabalho, dê-me o criptograma mais obscuro ou a mais intrincada análise, e estarei em meu elemento Eu posso viver então sem estimulantes artificiais. Mas eu abomino a rotina monótona da existência. Eu anseio por excitação mental.


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