quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Homenagens Póstumas



Nas atividades comemorativas do Cinquentenário do Instituto de Física haverá colocação das placas em homenagem aos Professores Ruth de Souza Schneider (Biblioteca) e José Irineu Kunrath (Laboratórios de Ensino, prédio H). Dia 9 de março de 2009 às 11:30 min.

Viu como o Irineu é figuraça?

A Ruth também foi ilustre docente desta instituição. Nada como uma aula de TEM - Teoria Eletromagnética - ou Mecânica Clássica I e II com ela. Prova pra casa e estudo dirigido aos montes. Se tu passavas era porque tu sabias de verdade.

Cigarrinho no meio da prova atrás da porta. Quadro impecável, letra idem. Ah, reclamou do meu grafite fraco. Aquela porcaria de HB.

Para ver a programação completa acesse o portal do evento:




quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Foto do Prof. Irineu


Achei uma foto em preto e branco do prof. Irineu na web. Ele e vários servidores do IF, ainda bem jovens. Só pra quem é curioso.

A partir da esquerda, de pé: "Seu" Walmor (motorista do IF), Tiago Simões, Joel P. de Souza, Cesar Vasconcellos, Roberto Costa, José Irineu Kunrath, Thomas Braun, João A. da Jornada, Ennio Porto, Horacio Dottori, Jorge Ducati, Iraí Carlotto e Luiz Antônio Castello.


Sentados: Sheila Ferreira, Veleida Blank, Zuleika Berto, Bernardo Liberman, bibliotecária, Maria Alice Nagel, Ana Catarina Schier, Kepler de Souza Oliveira Filho.


Quando eu for reitora




Conforme o prometido vou falar um pouco sobre a figuraça Prof. Dr. José Irineu Kunrath. O imortal morreu de uma doença triste, porém estará vivo nas nossas memórias para sempre e sempre.

Dada a sua experiência vasta a direção agendou uma palestra com ele para a nossa turma e outras tantas. Vossa Iminência falava de um jeito engraçado com trejeitos, caras e bocas. Meio como o Jô Soares. Tu não rias da piada e sim da maneira que ele contava. Portanto, provavelmente os leitores não vão achar graça do que eu vou contar. Mas contarei assim mesmo porque há outras coisas que valem a pena além do riso, obviamente.

A especialidade dele era dar aula de Laboratório de Física Moderna. Escreveu uma apostila sobre tal. Pra ter uma idéia do que se passa numa aula dessa pense nas atividades do museu interativo da Puc-RS. Efeito fotoelétrico é um belo exemplo.

Era um esforçado. Se deslocava pra o interior do estado de mala e cuia, levando o equipamento da Ufrgs para as faculdades federais, onde dava aula de Laboratório de Física Moderna.

Sabia tudo de Física Médica, quero dizer, os benefícios e os malefícios da tecnologia. Gostava de entrar na questão do celular.
- Ah, tem que usar pouco tempo e longe da cabeça - ensinava ele.
E continuava:
- Usa um pouco de um lado, daí quando fechar o tempo troca de orelha.
Aí fazia uma cara de deboche e argumentava:
- Que adianta? Frita do outro lado também.

Mas o homem também sabia mandar um papo sério, cabeça. Contava que quando a candidata a reitora Wranna Panizzi foi fazer campanha no Instituto de Física, no anfiteatro do IF, ela repetia um refrão:
- Se eu for reitora eu prometo...

Normal, papo de político. Só que ele percebeu algo a melhorar. Chamou-a de cantinho e com ar de quem sabe das coisas explicou:
- Quando eu for reitora Wranna, quando eu for reitora.
Ela entendeu. E ganhou. Ganhou duas vezes. Tem gente que diz: por trás de uma grande mulher sempre existe um grande homem e blablabla. Nesse caso particular sim, daí generalizar são outros quinhentos.

E o que eu fico mais besta - no bom sentido - de tudo isso é que há pessoas que ousam chamar este tipo de discurso de prepotência. Digamos agora que eu me atreva a dizer: Quando eu for professora. Ou, quando eu for doutora. Está aí o testemunho de um guru pra garantir o meu direito de sonhar sem ser acusada de prepotência.

Viva o Irineu!


quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

A Guerra do Cálculo




Eis uma sugestão de leitura pra quem gosta de história da ciência:

A GUERRA DO CÁLCULO
Editora Record
298 páginas




No inicio do século XVIII, o alemão Gottfried Wilhem Leibniz e o britânico Isaac Newton — dois dos mais brilhantes matemáticos de todos os tempos — estavam a ponto de entrar em guerra.

Por mais de uma década, até o fim de suas vidas, estariam empenhados numa brutal batalha pública. Uma disputa pela posse intelectual do cálculo, parte fundamental da matemática e chave para a investigação de tudo. Das formas geométricas as órbitas de planetas.

Em A Guerra do Cálculo, um livro acessível e fascinante, Jason Bardi mostrou como a autoria do cálculo deflagrou uma guerra com acusações de desonestidade de ambos os lados. Atualmente, Leibniz e Newton são considerados co-inventores independentes, conferindo-se aos dois o crédito por terem dado a matemática seu maior impulso desde os gregos.

Mas mesmo terminada, a guerra ainda sustenta o titulo de maior debate sobre propriedade intelectual de todos os tempos.

Um dos mais importantes legados intelectuais do século XVII o cálculo foi desenvolvido primeiro por Newton, fruto de um isolamento de quase dois anos.

Afastado de amigos e professores, criou a maior massa de conhecimentos produzida por um cientista em tão curto espaço de tempo. Mas manteve seu trabalho em segredo. Jamais publicou nada por décadas. Leibniz se interessou pelo assuntou quase dez anos depois. Refinou sua descoberta, criando um sistema totalmente original de símbolos e representações gráficas. Embora tenha sido o segundo cronologicamente, foi o primeiro a publicá-lo.

Bardi dá uma lição sobre orgulho ao descrever a série de desentendimentos que levou ao embate entre essas duas grandes mentes. Mais que um livro sobre matemática, A Guerra do Cálculo é um mergulho nos vícios e virtudes desses dois intelectuais. Leibniz e Newton eram geniais, brilhantes, vaidosos, algumas vezes loucos e, afinal, completamente humanos.


Só vou fazer um comentário sobre a sinopse deste livro superinteressante. Ela deixa claro a principal motivação do cientista verdadeiro: O DINHEIRO. Não, o reconhecimento.


segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

O backstage da formatura



A minha formatura foi um espetáculo. Falando em termos de formatura, é claro. Não quero comparar a um show.

Estava tudo lindo, maravilhoso. As luzes perfeitamente combinadas. Coisa de profissional. A produtora DiFoccus é muito eficiente.

Ainda teve a história da faixa de Möebius que eu inventei na última hora. Ia falar sobre esta superfície e queria colocar uma imagem dela no telão. Decidi na última hora, embora tivesse alimentado a idéia a meses.

Liguei pra a produtora faltando umas 12 horas e eles me atenderam com atenção. Mandaram eu enviar por e-mail pra o endereço do fulano. No fim me esqueci do e-mail e entrei no site pra ver se eu conseguia achar. Era o e-mail do cara responsável pelo video, o carinha me dissera ao telefone.

Aí mandei pra outro e-mail: era o do carinha do video, conforme dizia no site. Mas não era o que eles tinham me dado quando eu liguei. Azar! Confiei na sorte. Nem pra anotar o e-mail. Tsc Tsc Tsc.

Mais um emprevisto. Tinha um tal de ensaio de formatura umas duas semanas antes do evento. E eu confundi as datas - sabia os números, mas troquei o dia da semana - e acabei perdendo o maldito ensaio.

Um dia depois o Daniel me escreve: Lisany perdeste o ensaio de formatura. A comissão de formatura avisou que é pra tu entrares em contato. Aiaiai. O problema é que a minha memória é boa pra números: telefone, cartões, documentos, etc. Se tem palavra no meio complica. Boa essa desculpa!

À noite liguei para as gurias. E aprendi direitinho todos os passos do ritual formaturístico. Sabe de uma coisa? Foi até melhor que se eu tivesse comparecido ao ensaio. Porque eu pude tirar todas as minhas dúvidas. Mais: fui informada de que o meu discurso que eu levara 6 meses aproximadamente escrevendo deveria ser reduzido ao meio, pois eu só teria 5 minutinhos contados no relógio para falar.

Não foi difícil fazer os cortes, mas foi doloroso. Poxa, essa parte aqui eu vou ter que cortar também? - me perguntava inconsolável.

Apesar de ter lido o discurso não cheguei a decorá-lo. Antes. Depois sim. Quando cheguei em casa aquilo vinha em ondas na minha mente. E eu repetia em voz alta. Tentava me esquecer em vão. Até escrevi de cor palavra por palavra com as alterações que fiz de última hora. Ainda hoje às vezes estou parada pensando e aquilo me retorna do fundo da memória. Até quando será isto my God?

A parte que as pessoas mais gostaram foi a do Pequeno Príncipe. Queriam saber se fora eu que falara aquela bobagem pra o professor. E foi eu mesmo. Que professor tolerante esse, hein?

Alguém disse que chorou. E eu quase chorei ao ouvir isso também. De certo nem era mérito meu. Os colegas em geral choraram tanto que dava pra encher o laguinho da Redenção. Alguns poucos não se lavaram.

Recebi também algumas críticas positivas. Sobre a questão da verdade absoluta. Que se eu procurava-a e se fazia isso sempre devia tomar cuidado. Queria deixar claro que em matemática isto é possível. Uma das raras áreas do conhecimento em que isto acontece é a matemática pura. Por matemática pura entenda-se aquela que não depende da experiência.

Aliás, só descobri o que significa o conceito de Matemática Pura depois da formatura. Estudava "A Crítica da Razão Pura" de Immanuel Kant onde encontrei a definição de conhecimento puro. Alguém me perguntou posteriormente o que significa este termo e, felizmente, eu já sabia responder.

Acho que muitos estudantes e talvez até professores desta ênfase desconhecem essa definição filosófica. Nunca é tarde. Não que isso vá mudar a vida de alguém...

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Encontrei liberdade




Se tem uma coisa meio irritante na Ufrgs é aquela proibição de entrar em sites não autorizados nos computers das bibliotecas. Todas as bibliotecas. Aliás, tem suas exceções. Na da Informática tem 2 computers livres e no Instituto de Artes tem 1.

E na Biblioteca Depositária da ONU, na Faculdade de Direito, todos. É. Todinhos. Não é só isso. Pode entrar com mochila e o calhambeque. Não tem armário, nem detector de livro roubado. É a perfeita liberdade.

Pelo que eu cheguei à seguinte conclusão: As pessoas que estudam Direito fazem-no exatamente por isso. Mais precisamente, porque prezam a liberdade e pretendem usar o seu conhecimento da lei a seu favor nesse respeito e em favor das pessoas em geral.

Fantástico.

A Ufrgs não tem muitas proibições. É só essa e umas poucas outras necessárias. E eu creio, é por isso que o estudante ali cresce e adquire autoconfiança pra pensar por si próprio e dizer o que pensa. É a total ausência de repressão política, religiosa, filosófica - e o que mais possa existir nesse sentido - que faz o indivíduo ser reconhecido como aluno da Ufrgs. Sem ter sido apresentado. Só pela sua conversa.

Ah, isso também vale para as demais universidades que permitem ao cidadão expandir-se sem sufocá-lo.


terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Mural da Biblioteca de Física




Curiosamente encontrei esse porquinho estudando o Tipler na Biblioteca de Física e tirei um instantâneo.





A aula comestível continua



Eis a solução da primeira pergunta: Formato de parabolóide hiperbólico

Vários arquitetos se utilizaram dessa quádrica para desenharem a cobertura de suas criações.

O parabolóide hiperbólico possui uma formato semelhante a uma sela de cavalo e por isso também é chamado de sela.

E a batata Pringles também foi abençoada pelo formato de sela. Será que foi o engenheiro de alimentos da Pringles que a desenhou?

Mais algumas imagens e gráficos de parabolóides hiperbólicos e você poderá conferir a resposta da segunda pergunta.






Parabolóide Hiperbólico em Placas de Madeira







As seções por planos horizontais são hipérboles






Clique na figura para ver o parabolóide hiperbólico girar

livremente em torno do ponto de sela



Bom, a segunda resposta é óbvia: a professora levou a batata Pringles para a aula de Cálculo II para que a gente pudesse conhecer um parabolóide hiperbólico na prática, ou ainda melhor que isso, para que a gente pudesse comer um.


segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

A aula comestível




Você sabe o que essas imagens têm em comum?



Ginásio Municipal de Lins, SP

















Pavilhão de Raios Cósmicos na Cidade do México












Palácio da Justiça de Amberes, Bélgica
















O Pavilhão de São Cristóvão é um marco do panorama arquitetônico da cidade do Rio Janeiro. Construído no final dos anos 50, início dos anos sessenta, possui uma das primeiras estruturas com cobertura em parabolóide-hiperbólico do mundo. Suas dimensões figuram até hoje entre as maiores já executadas no gênero.















Uma sela de cavalo

















Por que motivo você acha que um professor levaria uma lata de batata Pringles para uma aula de Cálculo II e distribuiria entre os alunos? Numa turma de 60 alunos cada um receberia apenas uma unidade, comeria e ficaria com água na boca querendo mais. O problema então seria encontrar batata Pringles pra vender no Campus do Vale. Ou não?








Você vai saber as respostas amanhã. Aguarde!


quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

A mulher elétrica






Quem se lembra nos anos 80 da série A Mulher Elétrica e a Garota Dínamo que narrava a história das duas jornalistas Lori (Deidre Hall) e Judy (Judy Strangis)?

Elas são jornalistas de uma importante revista americana, mas a qualquer sinal de perigo, elas ZAPT se transformavam na Mulher Elétrica e na Garota Dínamo combatendo o crime usando os mais modernos aparatos científicos , como o Crimescópio, todos criados pelo cientista maluco Frank interpretado por Norman Alden.

A Mulher Elétrica e a Garota Dínamo era uma produção B, seus efeitos especiais eram simples, tudo era feito na raça sem auxilio dos modernos computadores. Mas ai reside seu charme e é por isso que ficou na memória de muitos marmanjos que hoje perguntam,¨Existiu mesmo o seriado da Mulher elétrica ?¨.

Existiu...

E outra sobre mulheres elétricas é uma música que escreveram dedicada a elas. Não necessariamente a do seriado. Pode ser qualquer uma. Até mesmo você quando pega naquela torneira de chuveiro na casa da praia e toma um choquinho. Confere o refrão:

Onde vai...? Mulher Elétrica
Mulher Elétrica 3000 volts
Ela é frenética hipinotizou
Haaaau Maquiavélica me atraiu
Onde vai...? Mulher Elétrica
Mulher Elétrica...

Mas que tem a ver tudo isso com a minha passagem pela Ufrgs? Boa pergunta.

Quem contava essa era o prof. Irineu. Outra hora falo mais sobre essa lenda viva que atualmente já é falecida.

A mulher elétrica do Irineu, quero dizer, da história do Irineu, era uma mulher, que existiu de fato. Talvez muito provavelmente ainda existe.

Era uma mulher que teve um problema de saúde, uma fratura no antebraço. Rádio ou ulna. Não sei.

E os médicos precisaram fazer um implante no antebraço dessa mulher, para lhe devolver os movimentos. Alguma liga metálica. Provavelmente de titânio.

Até aí tudo bem. A cirurgia foi realizada e a dona voltou à atividade normal.

O interessante deste conto verdadeiro é o que vem agora.

A mulher morava em baixo da rede de alta tensão. Bem embaixo mesmo. E começou a sentir choques no antebraço. Dia após dia. Noite após noite.

Resultado: como o prof. Irineu era muito conhecido pelas entrevistas que frequentemente concedia, o caso foi parar na mão dele. E o que ele fez? Mandou retirar o implante. O que sucedeu da mulher elétrica depois disso ignoro.

Esta aí. A história da mulher elétrica.


terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

A caixinha de música




Às vezes eu ia no IA - Instituto de Artes - quando estava no Centro, só pra usar a Internet. Nem sempre tinha hora, pois lá é costume reservar o horário numa folha que fica ao lado dos computadores. Mas eu ia assim mesmo porque aquele lugar tem algo de mágico.

É como uma caixinha de música que liga sozinha sem dar corda, e você fica aflito pra saber da onde vem o som. Você olha pra os lados e não vê nada. Só ouve meio ao longe, não sabe nem qual andar, um dueto de cordas, ou de piano e violino, um tenor - o Dr. Mazias a gente ouvia até na calçada subindo a rua - uma soprano estridente, uma flauta tranversa, sei lá. Tinha instrumento que eu nem ao menos conseguia identificar.

Se você tem paixão por música e/ou estuda/estudou algum instrumento você corre o risco de ficar parado ouvindo apatetado, melhor, encantado.

Eu morria de curiosidade de saber quem estava lá, invisível, do outro lado da parede, desconhecida.

É incrível!


O Perfil da Ufrgs




Faço questão de compartilhar algumas estatísicas sobre a Ufrgs. Viso especialmente aqueles que gostam de criticar a instituição por conta da segregação social que ela faz.

Quanto à ORIGEM dos alunos, 56,4% vêm - pra o fogo a nova ortografia - de escolas particulares. A maior concentração de egressos de escolas particulares está no Direito, com 78,8% dos estudantes. O maior equilíbrio está nas Ciências Básicas - Biologia, Estatística, Química, Física e Matemática - onde 48% vêm de escolas privadas, e 52% das públicas.

Quanto à RENDA a maior parte das famílias tem renda familiar superior a R$2 mil, mais claramente, 51,1%. Bom, isso deve ser contando os trambiques, o IR sonegado, as notas falsificadas, o dinheiro sujo e o ADSENSE hehehe.

Alunos com renda familiar superior a R$6 mil estão principalmente nas áreas de Direito - 20,3% - e Administração: 18,2%.

Os mais pobres cursam Letras e Artes, onde 62,6% das famílias têm rendimento até R$2 mil. E 21,8% não responderam a questão, principalmente na área do Direito: 30,1%.

Ãcho que isso é o bastante pra rebater essa falsidade de que a Ufrgs tem burguesinho. Ah, tem mais. Se o carinha não for riquinho nem adianta fazer vestiba pra Direito ou Medicina ou Administração porque cada livro - e não tem na biblioteca pra todo mundo - custa um salário mínimo. A não ser por uma minoria de batalhadores corujas, que eu admiro.

Tirei esses dados da Zero Hora, janeiro de 2004. Quem quiser mais estatísticas e mais atualizadas pode ler no site do Universitário:
http://74.125.47.132/search?q=cache:LVlmvLKHrx4J:www.universitario.com.br/noticias/noticias_noticia.php%3Fid_noticia%3D3463+o+perfil+da+ufrgs&hl=pt-BR&ct=clnk&cd=7&gl=br


Camiseta da Física




Como todo mundo sabe o espectro visível da luz solar, a que chamamos apenas luz solar, é uma onda eletromagnética. Portanto sua propagação é descrita pelas equações de Maxwell. Com base nisso o diretório da Física, a saber, DAEF, criou uma camiseta de acordo. Parabéns para a mente fértil que fez isso.

E deus disse:



E fez-se a LUZ.

A Grande Decepção






Naquele dia entrei na sala de aula e tomei um susto. Parecia um palco de teatro. No lugar do quadro uma cortina fendida ao meio. No lugar da mesa uma caixa de som. No lugar das classes duras cadeiras estofadas. No lugar das lâmpadas fluorescentes jogos de luzes coloridas.

Um por um os colegas foram entrando e se assentando. Entreolhavam-se mudos. Enfim saiu o mestre de gravatinha borboleta de trás das cortinas. Batemos palmas.

Com voz pausada e acentuando as sílabas tônicas o mestre discorreu o tema do dia enquanto nós exclamávamos: Oh! Que impressionante! Isto eu não sabia!

Até que a coisa chegou no ápice. O que ele iria comunicar naquele momento era de suma importância. Algo realmente notável. Fez suspense:

- Isso que eu vou falar agora é super interessante.

Ele repetia aquela cena todo semestre. Era um momento em que ele sentia-se o Todo-Poderoso. Era o clímax da teoria.

- Fala logo - alguém sussurrou.

- Vai mudar a vida de vocês saber isso, viram?

- Então desembucha - outro gritou, da turma do fundo.

- Bem, já que vocês não aguentam mais de curiosidade eu vou dizer. Antes. porém, respirem fundo, acalmem-se, nada de ansiedade.

- Ai, que demora professor - alguém reclamou.

A abertura da nona sinfonia de Bethoven prepara o espírito da platéia.

- É agora.

Só então ele iniciou a tal da explicação brilhante como se ele próprio fosse o descobridor da teoria.

É que essas teorias de unificação da Física são uma coisa de louco. Louco de gênio, quero dizer. De repente toda aquela coisa que a gente estudou separadamente se interliga numa teoria só.

De fato é um momento sublime digno de TCHÃ TCHÃ TCHÃ TCHÃ.

E lá estava ele bem belo e faceiro explicando as equações de Maxwell - que descrevem a propação de uma onda eletromagnética. (veja figura) No meio do ato, porém, desastradamente, um colega insensível teve a ousadia de dizer o que todos nós já sabíamos:

- Ah, isso aí o professor já explicou semestre passado.

A matéria era tão interessante que o professor de Física 3 não tinha resistido de nos ensinar antes do previsto pelo plano de estudos.

Consequência: o professor murchou na hora, o espetáculo acabou, o quadro negro e a mesa reapareceram e eu tive vontade de sair.