quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

A Casa do Estudante




A Ufrgs tem três casas de estudante: a CEU, a CEUPA e a CEFAV. A CEU fica na João Pessoa na altura do campus Centro. Fui lá numa festa de São João. Tava bom. As gurias me ensinaram a fazer pipoca doce com açúcar mascavo.

Primeiro dei uma bola fora. Tinha um casalsinho de bobeira e eu tive o ímpeto de perguntar a eles em que andar era a festa. Resultado: fui parar no andar errado.

Um tarado me encontrou rateando sozinha por lá e me atacou. Parecia meio desesperado. Eu ainda tive a paciência de dar conversa pra o sujeito. Cada tipo!

Felizmente o prédio é pequeno e eu acertei o andar na segunda tentativa.

Quando a porta do elevador se abriu tive a impressão de estar numa boate GLS. Uma moça muito forte de lábios coloridos e ombros largos equilibrava-se em cima de um salto alto. Outra gritou lá do fundão do corredor:

- Fulana, tem uma meia-calça pra me emprestar?

Puts, tinha manifestação do partido rosa justo naquela noite.

A casa do estudante é uma benção pra quem vive com bolsa de iniciação científica de 241 reais. Eles até criaram um slogan pra os bolsistas. VI alguns adesivos colados nas portas dos prédios da Física. BOLSA É SALÁRIO. EU SOBREVIVO COM ELA.

Não sei se referiam-se à bolsa de IC ou à de pós, que é realmente um salário.

Mas conheci pessoas, estudantes esforçados que sobreviviam com a bolsa de IC almoçando no RU e pagando passagem escolar. Heróis do sistema educacional brasileiro.

Graças à casa do estudante. Que é um lugar de risco é. Risco de assalto, risco de doença. Ninguém duvida.

Mas é um CEU na Terra.


Escapando do trote I e II




Escapei do trote duas vezes. Quando entrei na Física os veteranos nos convidaram para uma tal duma reunião na primeira semana. Marcaram pra o dia X. Não fui.

Escapei do primeiro trote.

Na metade da Física pedi transferência interna pra Matemática. Eu não me interessava pela aplicação dos teoremas. Queria mesmo entender as hipóteses e as demonstrações destes.

No primeiro dia de aula na Matemática uma turma de veteranos encurralou a gente na sala de aula. No segundo andar. Pra não ter chance de fugir pela janela. Foram entrando sem pedir licença.

Eu e mais dois já éramos veteranos da Ufrgs. Deixaram a gente sair antes do trote. Mas um já tinha fugido pela janela. Há uma barra de concreto armado do lado de fora do prédio na qual tu podes pisar e caminhar até o corredor do segundo andar.

Pelos motivos acima citados nunca tomei trote. E abomino aquele cheiro de gosma que eles passam nos bixos. No início do semestre o campus todo, mas principalmente os banheiros - as pias ficam imundas, o chão idem - os corredores e o gramado do Solarium fica fedendo àquela mistura podre que eles aplicam nos calouros.

Isso sem citar as humilhações, as posições suspeitas e as frases bagaceiras que eles obrigam os idiotas a repetirem.

Tinha que inventar um contra-trote dos pré-formandos nos formandos. Algo como uma iniciação à vida profissional. Uma despedida de solteiro - sem diploma. Como se o sujeito casasse com o diploma. Tem alguns que casam mesmo. Homem quando casa com o trabalho pode largar de mão.

Ia ser muito engraçado e compensador.


A abelinha espiã II




Masi adiante voltei a me encontrar com a abelha:

- Como vai srta abelha?

- Bem obrigada - respondeu ela sem me dar muita atenção.

Eu já estava acostumada a esse tratamento. Então não me importei. Fui logo falando o que tinha em mente:

- Pode me fazer um favor srta abelha?

- 100 contos a hora.

Pensei rápido. Eu tinha vários contos em casa no meu PC. Eu mesma os havia escrito. Achei que valia a pena a proposta da abelhuda astuta.

- Negócio fechado - estendi a minha mão e ela me deu uma ferroada em sinal de aprovação.

- Ai - gritei.

Meio sacana essa abelha. Mas tudo bem. Dizem que esse tal veneninho é bom pra reumatismo.

Ela continuou firme no seu trabalho de sugar o suco que estava derramado na mesa do bar do Antônio.

Eu podia tê-la matado. Ah, podia. Afinal, ela me picara sem dó nem piedade. Só que eu precisava dela. Ela ainda não tinha realizado o serviço que eu queria.

- Qual é a flor dessa vez? - ela se adiantou antes que eu falasse.

- Vai lá no gabinete B290 e descobre o que vai cair na prova de amanhã.

A abelhuda parou, botou as asas na cintura e ralhou:

- Srta Lisany, isso não se faz.

- Nem por 100 contos a hora? - tentei persuadí-la.

- Eu só faço negócio limpo.

Ahã. Abelha metida a honesta essa!

Pra me extorquir ela não tem vergonha.

Preciso te contar. Eu a matei. Sim, sim, sim. Levantei o meu calçado bem alto e POF! Pensando agora até me arrependo. Foi uma covardia.


segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Festas e Restaurantes




Ruversides - é o apelido irônico do RU: Restaurante Universitário. Que de Riversides não tem nenhuma semelhança. RUim também serve pra se referir ao RU de uma maneira não tão irônica, porém muito maldosa.

Chiques e Famosos - é como a gente chama o restaurante do subsolo da FAUFRGS: Fundação de Apoio da UFRGS. Só os chiques e famosos do Campus do Vale desenbolsam 15 por kilo, para almoçar com grelhado, suco natural, sobremesa free, broto de alfafa, ovinho de codorna, aperitivos, pastas, e bababa. Todo esse gasto, comparado com os 1,30 do bandejão do RU ou os 5,00 do prato feito do Antônio tem uma compensação, além do sabor, é claro: mais cognição, mais memória, mais concentração.

Hora da Geo - festa semanal do Instituto de Geociências. A propaganda é feita em um pôster de filme que é colado na entrada do campus e/ou no corredor. Basicamente música, cerveja, ervas e o que mais você imaginar até altas horas.

Carnabixo - é o carnaval temporão da Esef e outras faculdades da Ufrgs. A da Esef é bem conhecida, acontece no galpão do campus Esef. Primeira oportunidade da bixarada de pegar uma festa universitária como universitário. Depois da festa dos calouros e do trote, lógico. Esse termo é usado por outras instituições de ensino superior também para as suas respectivas micaretas - carnaval fora de época.

Festa dos cem dias da Medicina - é a festa tradição da Medicina. Cem dias para a formatura. Portanto ocorre na última semana do primeiro mês do último semestre de aulas. Entendeu, né? Pois é. Essa aí é outra festa popular em várias universidades e faculdades. Mas na Ufrgs a que faz fama é a da Medicina.

Festa Julina - segunda dose da festa junina. Ou a própria atrasada. Em julho, no finzinho do semestre 1. Geralmente o evento, frequentadíssimo, ocorre na CEFAV: Casa dos Estudantes das Faculdades de Agronomia e Veterinária. Não falta lugar pra ninguém, porque é ao ar livre e mato é o que não falta. Tem ônibus da Carris até de madrugada, tem prisão - pra quem é sadô - tem comes e bebes caipiras, et ceteras.

Confere a divulgação da Festa Julina CEFAV 2007:
convidamos os colegas da região metropolitana de POA-RS:


ÍMPERDíVEL!

FESTA JULINA DA CEFAV

"o retorno" – 9a edição!


6/julho, sexta, 19h
até amanhecer...

ingresso 2 reais
+ 1kg alimento ou agasalho

traz a caneca!

no palco
Roda Viva - São João - RU's Band - Maracatu-Truvão - The Yesterday

na pista
Gabzinha - LúMello (live P.A.) - Divino - AlcyOne - Nativo - Piu-Piu


comidas típicas - quentão da casa, ceva e vinho - trilhas noturnas – fogueira tenda do beijo - pescaria - feirinha - quadrilha do arraial - sarau no mato



traz tua poesia, teu som tua arte!



FACULDADE AGRONOMIA UFRGS – AV.BENTO GONÇALVES, 7712
ÔNIBUS E LOTAÇÃO TODA NOITE / ESTACIONAMENTO SEGURO INTERNO

Festa de Formatura - são uma porção de festas antes da colação de grau para reunir fundos. Tem rifa e tudo mais. Quem vende mais rifa ganha MP3. A produtora cobra caro e se rodar só recebe a metade de volta. Geralmente acontecem em lugares amplos como o Opinião.

Festa Calouradas - tá na cara. É a festa dos calouros promovida pelo DCE: Diretório Central dos Estudantes.

A de 2005 foi no Galpão do IBGE:
BATACLÃ F.C. - Subtropicais - Serrote Preto

Entrada gratuita para

estudantes da UFRGS

(apresentar cartão e levar 1kg de alimento,

até às 24h pode levar um acompanhante)

Nesta sexta - 1º/04 - 22h

Local: Galpão do IBGE.

Avenida Augusto de Carvalho, 1205

Próximo ao Parque da Harmonia, Colégio Parobé

e Centro Administrativo

CAARBaré - é a tradicional festa que ocorre no estacionamento da Faculdade de Direito, em frente ao CAAR: Centro Acadêmico André da Rocha. A entrada é gratuita, a bebida é barata e a diversão é garantida.

E quantas outras festas você desejar.


quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Foto da Formatura 6




Essa é a foto do jantar de formatura no ap do Prof. Vilmar Trevisan, nosso queridíssimo paraninfo. Não podia haver outro melhor e mais atencioso que ele. Ele mesmo nos enviou esta foto por e-mail pelo que eu fiquei muito feliz.



Foto da Formatura 5

Foto da Formatura 4

Foto da Formatura 3

As Plêiades e o Oculista




Certa noite quando eu ainda estava na Física subimos ao terraço que fica em cima do respectivo diretório para observar as estrelas e os planetas, com seus anéis coloridos, a lua com suas crateras, enfim.

Para tanto o professor da disciplina, chamado de Basílio, montou um telescópio de porte médio, o mesmo usado para fazer palestras sobre astronomia em escolas.

De início ele mostrou-nos algumas constelações visíveis a olho nu, ou melhor, alguns grupos de estrelas visíveis a olho nu, como as Plêiades - grupo de estrelas da constelação do Touro, a que também se dá o nome de Sete-Estrelo.

Disse ele, no seu falar pausado, que naquela noite, num céu como o de Porto Alegre, era possível ver pelo menos 5 das 7 Plêiades, sem auxílio de instrumento óptico. E eu, forcei a vista o mais que pude para conseguir vê-las todas. Falei em voz alta: só estou vendo 3. Outro falou: estou vendo 4. E assim por diante cada um foi falando quantas Plêiades conseguia enxergar a olho nu.

Foi quando concluí que o meu óculos de grau estava fraco. À propósito, desde então só consulto oftalmologistas à noite a céu aberto. Em vez daquela parafernália toda que se usa normalmente o oculista pega uma vara comprida o bastante e aponta uma constelação X.

Bem, a configuração do céu depende do hemisfério e da data em que se olha, visto que a Terra está em órbita ao redor do Sol, como o leitor deve saber.

No verão o céu apresenta as suas configurações mais belas. A constelação característica desse período é Órion, com Rígel, Betelgeuse e as Três Marias. Vêem-se ainda Gêmeos, o Touro, o Cão Menor e o Cão Maior.

Regra geral ele aponta primeiro pra Sirius na Cão Maior. Porque se eu não enxergar a estrela mais brilhante do céu é que a coisa está feia mesmo. Nesse caso ele aprendeu na Faculdade de Medicina, que não por acaso fica ao lado do Planetário, a escrever na ficha do paciente: cegueira total.

Às vezes a gente erra, é claro, até por uma questão de confusão. Já falei Virgem pensando em dizer Três Marias. O Cruzeiro do Sul não erro nunca. Cresci debaixo da sua sombra no bairro Cruzeiro do Sul.

Depois daquela noite no terraço da Física - que também servia de motel até ser fechado por um portãozinho de ferro - passei a enxergar todas as Plêiades, quer dizer, pelo menos aquelas visíveis a olho nu.

Ultimamente algo admirável, digno de nota, vem ocorrendo. Tenho visto 8 ou 9. Creio piamente que elas estão se reproduzindo. Ao que me parece Atlas e Pleiória já são avós. Cheguei a perguntar ao oculista mas ele desconversou. Decerto não quis admitir que a minha visão está excelente para eu poder voltar outras vezes.


Saudades do Veneza




O Veneza, extinto, demolido Veneza, era o point da Goethe. Minha amiga Luciana - nós morávamos juntas na Gal. Neto quase esquina com a Ramiro - havia me convidado pra uma festa que ia rolar lá. Festa de universitários, uma mistura de PUCRS e UFRGS. Mistura perfeita.

Entramos de graça com os nossos convites VIP. Sinceramente, eu acredito que todo mundo que foi lá naquela noite era VIP. Porque até eu que não fiz nada pra merecer havia ganho um convite VIP. De fato. Entramos inclusive na ala VIP, mais no fundo da boate, que de importante não vi nada. Talvez a única vantagem é que lá dava pra conversar sem gritar.

Justo naquela noite fui assaltada às 11 horas, na parada de ônibus, sábado à noite, pouca iluminação, arrancaram minha bolsa tiracolo em plena parada de ônibus na Cel. Vicente. Só não entrei em pânico porque eu morava razoavelmente perto e poderia voltar pra casa apesito.

Eu estava justamente esperando o bus para a tal da festa no Veneza. E eu que não sou de festa pensei: eu não devia ir mesmo, é o dedo de Deus me impedindo de ir. Decerto ele não quer que eu me entorpeça e me perverta e as minhoquinhas ficaram se revirando na minha mente.

Felizmente encontrei um colega, o Alex, no túnel do metrô, que me emprestou uma grana, o que foi a minha salvação. Graças à ele fui me perder no Veneza. Logo que cheguei encontrei a Lu e a tchurma dela.

Som tão alto que nem gritando a gente se ouvia. Buffet de drogas no fundo da pista de dança. Eu tentei dançar, juro. Entrei na pista e não consegui me mexer. Uns caras afoitos passaram por mim raspando na minha pele. Bolinação mesmo. Naquele aperto a desculpa era óbvia. Desisti da pista. Olha, nem pra paquerar tinha chance.

A Luciana estava com uns caras amigos dela, o João e o Virgílio, dois irmãos. O Virgílio é alto, magro, cabelo castanho, comprido, liso, cuidado igual de moça. Ele tava na da Lu. Era um caso antigo.

O João é alto, magro, cabelo loiro, comprido, liso, bem tratado. Ele se aproximou de mim. Falei "Tu parece um Hanson". Colou.



quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

A abelhinha espiã I




Certa tarde me sentei no bar para tomar o meu suquinho de laranja e, me incomodei com as abelhas que ficavam rodeando a garrafa e me ameaçando de ferroadas. Não pensei duas vezes. Bebi o suco e terminado este passei a caçar abelhas do seguinte modo: deixava que uma abelha entrasse na garrafa, tapava em seguida e sufocava a pobrezinha ou matava-a afogada no restinho do suco que ficara no fundo. Repeti o processo inúmeras vezes. Estava radiante.

Achava que estava fazendo um grande favor para o bar do Antônio. No entanto, tão logo apareceu o garçom repreendeu o meu gesto e me tirou a garrafinha das mãos colocando-a no lixo ao lado da mesa. Foi aí que eu tomei consciência do meu ato. Refleti um pouco e concluí que a minha atitude, se copiada por outros, em poucos dias liquidaria com a colméia toda. E estando o campus localizado fora da cidade, não tinha grandes argumentos para fazer queixa da criação de abelhas.

Poucos minutos após a retirada da garrafinha outra abelha veio pousar na minha mesa e sorveu o néctar que havia escorrido da garrafa. Sensibilizada pelo xingão do garçom tratei de me redimir do mal que julgava havia praticado recentemente.

Deixei o volátil fazer o que bem entendesse e mais, iniciei com ele um diálogo:

- Muito prazer srta abelha.

A abelha ergueu uma sobrancelha e me olhou espantada, pasma, não acreditando no que acabara de ouvir. Pelo que repeti o meu cumprimento:

- Muito prazer srta abelha.

- ZZZ - ela respondeu em abelhês.

- Eu não entender a sua língua srta abelha. Por favor a srta querer falar em português?

- O prazer é meu - disse ela sem esforço.

Claro, de tanto conviver com os universitários, acabou aprendendo o português. E não só isso: estando o bar ao lado da biblioteca de Letras, a feiosa abelhuda tornara-se uma erudita, versada em literatura nacional e estrangeira.

- Que tal o suco? - perguntei-lhe, forçando uma conversa de antropóide para artrópode.

- Bom - foi a resposta dela apenas.

É que ela estava mais para o suco do que para mim. Sabe como são as abelhas: laboriosas. Uh! Abelha chucra essa. Workaholics!

Tentei algo mais elaborado:

- Srta abelha, desculpe interromper o seu trabalho, sei como é importante para a senhora pois dele depende o seu sustento. Aproveito a oportunidade para parabenizá-la por esse líquido precioso que a srta fabrica, o mel, e também o pólen, a geléia real, o seu veneninho, a apitoxina - tão medicinal - o própolis, e sabe-se lá o que mais. Mas gostaria da sua atenção agora. Pelo menos por alguns minutos.

A abelha parou imediatamente de lamber o suco e virou-se para mim toda ouvidos:

- Srta abelha poderia me fazer um favor?

- Claro srta Lisany.

- Poderia ir lá na sala dos professores e gravar o que eles dizem a portas fechadas?

No mesmo instante a abelha voou sem dar palavra na direção do corredor de acesso aos edifícios de gabinetes.

Fiquei só aguardando o seu retorno. No meio tempo em que esperava alguns amigos passaram pela minha mesa, sentaram-se, conversaram, levantaram-se e foram embora.

E eu continuava aguardando o retorno da apivoadora ansiosamente. Tão logo pousou na minha mesa gritou para os quatro ventos ouvirem:

- **** ***** *** * ****** * ** ******

Fiquei com muita vergonha. Abelha indiscreta essa!

Agradeci a abelhuda e tomei o caminho do prédio de aulas porque já faltava apenas um minuto pra começar o período.


Os Tipos de Provas III




A prova pra levar pra casa é, à primeira vista, a maior barbada, marmelada como diria o Alberto. Pura ilusão. Já chorei por causa desse tipo de prova. Sentada na escada com a folha em branco na mão tentei em vão, por mais de uma hora, fazer um esboço mental da resolução. Geralmente só de olhar a gente já sabe quais teoremas vai usar na solução. Qual! O professor nem sequer tinha dado a matéria.

Prova pra levar pra casa boa é aquela tipo estudo dirigido. Cada passo vem explicado: Agora faça isso e depois isso para obter aquilo e por fim isso pra obter aquele outro. Mesmo que leve mais de dez páginas pra escrever todo o desenvolvimento da coisa tu sempre te sais bem e consegues tirar uma nota boa. Até bem próximo de 10, porém no máximo 9,9. É incrível, eles sempre encontram uma bobagenzinha pra te descontar uns décimos. Pode ser inclusive o grafite fraco ou a letra ruim.

A prova pra levar pra casa é um pouco como a prova de consulta, só que esta última, feita em sala de aula, mesmo que tome uma tarde toda, que o professor saia pra tomar um cafezinho e deixe a turma sozinha livre pra discutir as questões, na grande maioria consegue ser pior. Acho que é pelo nervosismo. O fator tempo possui a propriedade de cegar os olhos e bloquear o raciocínio quando deixa o sujeito nervoso.

Por fim a prova pra levar pra casa é uma benção apenas aparentemente, porque tu não precisas estudar tanto pra ela. Mas tu ficas o fim-de-semana todo, às vezes com feriado no meio, preso em casa, matutando, os teus amigos te convidando pra festa de aniversário, passeio no shopping, assistir filme até tarde e tu só não não não, passa por anti-social e perde a oportunidade de aproveitar a vida. Mas quê. Tudo tem seu preço.


Os Tipos de Provas II




A prova sacana, ela vem exatamente com aquelas questões do livro que o danado do professor sabe que tu não tens capacidade, experiência, maturidade, essas coisas, pra resolver sozinho.

É certo - era pra ser - que existe a aula de dúvidas uma semana antes do exame.
Mas, isso é certo com certeza - que redundância - nunca dá tempo pra resolver todas as questões mais difíceis numa só aula de dúvidas. Até por isso que só tem uma. É pra sobrar algumas das piores pra prova.

Assim, mesmo que tu te esforces ao máximo não conseguirá a nota máxima. A desculpa que me deram é que se tu tirares 10 achará que não tem nada a melhorar. No entanto tem, visto que o 10 significa apenas que caiu na prova aquilo que tu sabias.

Só sei que a única coisa que sei é que desde o 3º ano do 2º grau me esqueci o que é tirar um 10.

Às vezes a lista de exercícios é tão pequena que o professor, pra sobrar questão pra prova, gasta a aula toda de dúvidas resolvendo com infinita calma e muitíssima falta de pressa um ou dois exercícios apenas.

Outras vezes, o que não é raro, o professor "foge" da aula de dúvidas com alguma evasiva do tipo "Alguém vai vir na próxima aula?" acompanhada de uma cara de "Tomara que não", que tu ficas até sem jeito de dizer que sim.

No fundo, no fundo tu não querias ir mesmo mas tu precisavas ir. Aí tu ficas pensando "Será que ele adivinhou o nosso pensamento ou será que ele gosta de matação?"

A gente já discutiu esse problema entre os colegas, esse da resolução de exercícios. É exatamente nessa hora que o aluno mais precisa da orientação do professor. Daí a importância do professor e dos monitores.


Os Tipos de Provas I




A prova impossível, pra tu conseguires resolvê-la é preciso estratégia. Primeira coisa: Consultar um bom guru. Foi o que eu fiz:

- Oh sábio guru eu quero passar nessa prova, o que eu tenho que fazer?

- Resolver todas as listas de exercícios de todos os livros da biblioteca.

- Já fiz. O que falta agora?

- Determinação.

- Ah. Determinação. Só? Tão fácil assim?

Eu como sou desconfiada - desconfio até do meu alter ego, que ele esteja me traindo com o meu espelho, ainda ontem peguei-o em flagrante em frente do dito cujo pronunciando algumas palavras de admiração. Logo que me viu ficou muito vermelho, mas qual, ainda não tenho provas o bastante para despedi-lo - consultei um manual. O manual. Aquele que só Daniel tinha acesso. Nem os sábios, astrólogos, adivinhos e feiticeiros da Babilônia podiam encostar nele.

Abri o grande volume, este cheirava terrivelmente a mofo, e caí em seguida, intoxicada pelos vapores venenosos que dele se desprendiam. Vieram me acudir em instantes. Tentei segunda vez com uma máscara de guerra. Deu certo. Dizia lá no capítulo MMMCCLXXVII, seção 77, parágrafo 1:

Tomar caldo de sopa de trevo quatro folhas de 15 em 15 minutos antes, durante e após o exame.

Fechei o livro. Uma bíblia de guru. Depressa me levantei e saí à cata dessa espécie rara de trevos. Gastei um semestre todo à procura de tais amuletos e, quando, finalmente, retornei, esperançosa, para realizar a bendita prova, adivinha?

O professor era outro e o teste também. Assim, graças ao manual, consegui ser aprovada naquela disciplina.


quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

A União fazia a força




Eu não sei bem dizer em que ano a Ufrgs se dividiu em campi. Teria que consultar algum livro de história. Só sei que no seu início todas as aulas eram ministradas no Campus Centro, ali junto do Parque Farroupilha.

O que ouvi dizer a respeito dessa divisão em campi atual é algo poderoso. Afirmam que uma Universidade centralizada é uma ameaça muito grande à manipulação do poder público. Isto porque a democracia, o governo do povo, não é muito respeitado no cotidiano.

Acontece que o estudante universitário, diferentemente do secundário, frequentemente faz protestos em favor da comunidade discente e às vezes defende causa políticas também. Assim a divisão em campi tornaria o seu potencial menor.

E se for este o caso é fato. Dificilmente nós do Campus do Vale participávamos de manifestações em prol dos direitos estudantis ou da própria universidade, a não ser aqueles diretamente ligados aos diretórios acadêmicos. Pelo menos que eu tenha conhecimento. Se existia era uma pequena parcela pois não notávamos diminuição do movimento no campus.

Houve várias lutas por questões principalmente financeiras, como preço do almoço no RU, preço da passagem de ônibus urbano, privatização das federais, etc. Eu, particularmente só tinha uma preocupação: de que a Universidade não fosse privatizada.

Chegava a me dar um mal estar no ventre só de pensar. Nunca participei dos protestos na Reitoria, embora os tenha acompanhado de longe, mas se fosse para evitar a privatização eu teria participado. Eu teria até me pintado, gritado, me ajoelhado aos pés do Ministro da Educação.

Felizmente ainda estão conseguindo segurar as pontas. Por favor, nunca façam isso. Eu imploro! Eu deixo aqui meu abaixo assinado que logo deverá se unir a outros e mais outros.

Não é só pelo dinheiro. Talvez as pessoas não saibam. É o sistema. Eles levam a gente ao máximo que a gente pode suportar para que a gente se desenvolva ao máximo. E isto não tem dinheiro que pague. A educação. Pública, gratuita e de qualidade.

Fico pensando agora que embora a Puc e a Unisinos e tantas outras se concentrem em apenas um Campus, os seus universitários não fazem grandes manifestações.

Será por que o aluno da instituição particular tem dinheiro e não precisa ficar chorando miséria? Será por que a mentalidade do estudante de universidade pública é distinta daquele da privada? Eu gostaria mesmo de saber que raios de vontade de mudar e lutar é esse que a gente abriga no interior da alma.


A Fila do RU




A quantidade de alunos que transitam pelo Campus do Vale relativo ao andamento do semestre varia conforme o desempenho nas provas de Cálculo I e II que são as primeiras grandes peneiras.

Tem quem repita o Cálculo até 5 vezes ou mais. Tem quem se aposente no Cálculo também. Quando o carinha repete muito a gente diz: Vem cá fulano não era pra tu estar dando aula de Cálculo a esta altura do campeonato?

Assim, depois da primeira prova já se vê uma diminuição daquelas rodinhas que se formam nos corredores e principalmente no bar do Antônio em frente ao Solarium durante os intervalos. Algo como decaimento exponencial.

O que contribui muito para a diminuição da fila do RU, a saber, Restaurante Universitário. A propósito o RU recebeu proposta para duplicação. E as obras de fato se iniciaram. Porém, após curtíssimo tempo, o projeto foi embargado por técnicos do Meio-Ambiente. Pelo que fiquei sabendo haveria necessidade de arrancar árvores e, resumindo, faltou negociação.

Pois bem, mas o que eu queria discorrer mesmo é sobre a fila do RU. Não há quem aguente, sem trema ou com trema, 100 metros de fila todo dia. Às vezes debaixo de sol. Às vezes debaixo de chuva. Geralmente morrendo de fome.

Exatamente por causa desse impasse eu e minha equipe de visionários bolamos um plano esquemático para acabar com a fila do RU. Seguinte: lá no fim do buffet a moça serve um pedaço de carne, frango ou peixe que a gente não tem direito à repetição. Tu olhas para aquilo e pensa: Só?

Então nossa equipe chamou a nutricionista do RU e nós calculamos quanto de arroz com feijão os alunos comem em média, também de verdura, alface, humm que gostosura, chicória não curto muito, couve com limão é manjar, cenoura, tomate, batata, massa, farofa... Quem não come carne está totalmente fumado. Quem come só carne branca está meio fumado. Quem não come carne de porco está metade da metade fumado.

O suco e a sobremesa são servidos à moda carne por uma moça lá no fim do buffet após a carne. O suco é opcional, artificial e custa 30 cents. Não é um coquetel de lichia com moranguinho mas dá pra molhar a língua.

Concluindo, o buffet ficou resumido a um prato feito, ou melhor, a uma bandeja feita. É. Lá a gente come na bandeja e no final tem que entregar a bandeja e os talheres na janelinha da cozinha. Como é que eles chamam aquilo é horrível: lambe. Bem entendido: não é o funcionário da cozinha que lambe a bandeja. É a água. Talvez o totozinho que fica esperando a vez dele também.

Só que restaria ainda um problemão: A fila diminuiria imensamente, porém andaria tão rápido que não haveria lugar para todos se sentarem. A solução foi baixar uma ordem: sentou, devora tudo em mínimo tempo e cai fora. Quem desobedecesse sofreria pena de trabalhar na cozinha de graça por um dia.

Funcionou por algumas semanas o nosso plano esquemático. Daí em diante instalou-se uma competição para ver quem comia mais rápido, sem se engasgar, é claro. Houve recordes de 0,98 segundos ou menos, o que fica perto das melhores marcas para os 100 metros rasos - antes de Bolt tornar-se recordista - percorridos desde o fim da fila até a porta do restaurante.

Por fim sucedeu-se que os alunos ficaram mal acostumados com o fast-food e passaram a trazer sanduiches para o almoço, que eles comiam em menos tempo do que o previsto para ficar na fila e almoçar.

Graças a isto nosso plano foi para o buraco e tudo voltou ao normal. Inclusive aquelas turmas de furões de fila - quem nunca furou a fila do RU? - que passavam reto por todo mundo e iam direto pra porta do restaurante. Nem pra se juntar a um conhecido no meio da bixa pelo menos.

Tudo pra comer por 1,30 cents.


segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Ping-pong no diretório




Jogador1: Dá uma fumadinha com a mão esquerda, tira o cigarro da boca e saca com a direita no canto bem no fundo. A bolinha pega na quilha e cai no chão.

Jogador2: Palavrão.

Jogador1: Dá uma fumadinha e saca no centro do campo adversário.

Jogador2: Corta com força. A bolinha voa na cara do jogador1 que se desvia para não ser atingido.

Jogador1: Palavrão.

Jogador2: Saca mal. A bolinha bate na rede e volta.

Jogador1: Toma.

Jogador2: Palavrão.

Jogador1: Puxa um fumo em meio segundo e saca bem de levinho. A bolinha pega na quina de novo, desta vez do lado esquerdo no meio.

Jogador2: Após um palavrão consegue rebater com um movimento de corpo inteiro.

Jogador1: Não sobra tempo pra o fumo, mas pega a bolinha no ar e arremessa-a um milímetro pra lá da rede.

Jogador2: Enquanto tenta pegar a bolinha engancha a raquete na rede.

Jogador1: Risada.

Jogador2: Palavrão.

Jogador1: Demora-se no fumo, ri mais um pouco e saca com força demais. A bolinha passa do fim da mesa.

Jogador2: Bem feito!

Jogador1: Palavrão.

Jogador2: Saca rasante. A bolinha quica no meio da mesa e voa tão alto que o jogador1 não consegue alcançá-la.

Jogador1: Palavrão.

Jogador2: 3A. Minha vez.


Das Wort des Tages



Esse endereço aí embaixo é de um outro blog meu.


http://daswortdestages.blogspot.com

Nele escrevo sobre assuntos diversos.

Não perdem nada em dar uma olhadinha, não é verdade?

domingo, 4 de janeiro de 2009

Trotes Malucos




Trote Maluco 1:

Lá no Campus do Vale tem tanto cachorro abandonado que dá até pra encher uma carrocinha toda. Conta a lenda que os estudantes de veterinária fazem experiências mirabolantes com os pobrezinhos, como testar injeções, vacinas e otras cositas más nas inocentes cobaias.

O mais famoso desses canis familiares é o Urso, um velho vira-lata de pelo preto grizalho espesso e sujo que anda trocando as pernas à maneira bebum.

Pelo que me consta até o presente momento esses bichinhos felpudos que por lá perambulam diariamente vivem de restos de alimentos que os cozinheiros dos restaurantes e também os discentes guardam para eles.

Então o trote 1 obriga os bixos a escolher um cãozinho entre os sofredores, levar o bichano para casa e tratar bem. E por garantia ele deverá prestar relatório com direito a fotos e visitação do seu afilhado.


Trote Maluco 2:

Quem já está há algum tempo na Universidade sabe que mais cedo ou mais tarde a gente, que tem a sorte de lá estar, vai precisar do apoio de algum professor.

Acontece que a classe docente sempre defende os seus integrantes, seja qual for o pendengo no qual você esteja metido. Em outras palavras, voltar-se contra um professor é igual a voltar-se contra toda a sua classe. Quer dizer: causa particular é causa perdida. Isto tudo porque eles não dependem do seu dinheirinho.

É por esse motivo que o trote maluco 2 obriga, no mínimo aconselha, o inexperiente novato a fazer uma festa pra um professor qualquer. Pode ser na sua casa mesmo, ou num bar, danceteria, salão de festas, não importa. Se possível coroe o sorteado rei. São apenas medidas de segurança para eventual necessidade de apoio.


Trote Maluco 3:

Todo início de semestre, especialmente no semestre 1 que entra mais gente, o trote tradicional - aquele com erva mate, tinta, ovo podre e essência de zurrilho - deixa o campus todo num cheiro tão desagradável que dá vontade de não por os pés lá por uma semana. Os banheiros ficam com as pias e o chão e os assentos enlameados daquela mistura braba. Os ônibus ficam podres. É o caos.

Portanto o trote maluco 3 propõe que após a farra toda os próprios infelizes limpem a baderna toda com água e sabão, balde e vassoura, pano, rodo e desinfetante. Seguindo aquele lema abriu fechou, sujou limpou...


Trote Maluco 4:

Quem entra na idade na tenra idade dos 17,18 anos provavelmente não frequentou muitas festas: o pai não liberava o carro, a identidade não permitia entrada, essas coisas. Agora é festa todo fim-de-semana e às vezes durante a semana também. O sujeito fica enjoado de tanto convite pra festa. Não convém contar os pormenores, por causa dos menores, é evidente.

Eis porquê o trote maluco 4 incentiva o aureolado iniciante de festas a subir as escadarias do Olimpo - Setor de aulas que fica no alto do Campus do Vale - de joelhos, para fazer penitência pela perversão/perversões na qual/nas quais vai ser iniciado nas noites universitárias.


Trote Maluco 5:

Essa é só pra quem vai fazer Cálculo, ou seja, 1/3 ou mais de todos graduandos. Lá pela segunda semana de aulas o felizardo já deve estar derivando e integrando com facilidade aritmética.

O trote maluco 5 desafia o calculista a integrar um bloco de granito. Se ele não tentar já é um bom sinal de saúde mental. E se ele perguntar pra o pessoal da Geologia como se realiza esta façanha vai sacar que não é possível integrar o granito. Todavia é possível desintegrá-lo.



Pesadelo no Campus




Não me lembro bem em que ano teve uma explosão à noite em um prédio do Instituto de Química. Conforme o relato que ouvimos havia um pesquisador trabalhando na sua tese de doutorado e vem reação vai reação BUM!

Isolaram a área toda. O ar ficou impregnado de uma poeira tóxica mal cheirosa. O acidente abriu um rombo na parede do prédio. Lá dentro ficou tudo inutilizado. Demorou um mês mais ou menos para baixar a nuvem de poeira. Só então entraram uns caras vestidos com uma roupa daquelas de enfrentar o vírus ebola e retiraram todo o material que havia sobrado.

Foi sorte que conseguiram enfrentar o fogo em tempo. Não tão em tempo assim, mas conseguiram. Devem ter se ligado do potencial de perigo agora.

Imagina só o carinha levanta cedo, pega aquela busunfa cheia até a porta que nem fecha direito, desce no final da linha, olha pra todos os lados e só vê fumaça. Cadê o Campus do Vale? Esfrega os olhos e olha de novo. Cadê a minha faculdade? Cadê o meu Instituto?

Daí sai aquela cachorrada sem dono que anda sempre por lá pedindo comida do meio dos escombros e caem todos mortos na escadaria de entrada. Foram intoxicados pela fumaça.

A esta altura o carinha já ficou meio grogue com o cheiro forte de ácido queimado espalhado pelo ar.

Quem é aquele lá naquela parede? Não é o meu orientador?

O orientador tira a máscara de gás e esboça um sorriso sardônico.

Ah foi tu, né? Foi tu que explodiu o Vale. Vale de Lágrimas. Vale da Sombra da Morte. Vale dos Gnomos.

Uma segunda explosão acontece e joga pra o alto as mochilas dos estudantes que estão parados boquiabertas na entrada no campus. Duendes surgem do nada e levam os pertences dos estudantes. O carinha vê o sangue escorrer do braço e pensa:

Poxa acabou o meu sonho de me formar em engenharia. Pelo menos não vou ter mais que estudar Cálculo nem Física. Bye Anton bye Halliday. Ei, me devolve o meu smartphone com HP aqui.

Um duende se afasta apressado com o aparelho do carinha.

Nesse instante começa um vasamento nos tubos de hélio - aquele gás que fica sob pressão nos tubos a temperaturas baixíssimas e passa para o estado gasoso a -269 Celsius. O carinha começa a tremer de frio e bater o queixo. O sangue estanca no ferimento.

Só o que faltava agora esse frio desgraçado. Eu prefiria mil vezes aquele calorão desgraçado de sempre. De preferência aquele do tempo de aulas em janeiro quando estavam recuperando o tempo perdido na greve e não havia ventilador. Mais o cortador de grama fazendo zoeira do lado de fora da sala. Era muito preferível a esse frio de congelar os ossos. Nem o minuano que passa assobiando entre os prédio no inverno é tão congelante quanto esse frio doido desse gás maldito. Socooooooorro!

Tic Tac Tic Tac Tic Tac Tic Tac Tic Tac

Bah! Já está na hora da aula de Cálculo.