domingo, 4 de janeiro de 2009

Trotes Malucos




Trote Maluco 1:

Lá no Campus do Vale tem tanto cachorro abandonado que dá até pra encher uma carrocinha toda. Conta a lenda que os estudantes de veterinária fazem experiências mirabolantes com os pobrezinhos, como testar injeções, vacinas e otras cositas más nas inocentes cobaias.

O mais famoso desses canis familiares é o Urso, um velho vira-lata de pelo preto grizalho espesso e sujo que anda trocando as pernas à maneira bebum.

Pelo que me consta até o presente momento esses bichinhos felpudos que por lá perambulam diariamente vivem de restos de alimentos que os cozinheiros dos restaurantes e também os discentes guardam para eles.

Então o trote 1 obriga os bixos a escolher um cãozinho entre os sofredores, levar o bichano para casa e tratar bem. E por garantia ele deverá prestar relatório com direito a fotos e visitação do seu afilhado.


Trote Maluco 2:

Quem já está há algum tempo na Universidade sabe que mais cedo ou mais tarde a gente, que tem a sorte de lá estar, vai precisar do apoio de algum professor.

Acontece que a classe docente sempre defende os seus integrantes, seja qual for o pendengo no qual você esteja metido. Em outras palavras, voltar-se contra um professor é igual a voltar-se contra toda a sua classe. Quer dizer: causa particular é causa perdida. Isto tudo porque eles não dependem do seu dinheirinho.

É por esse motivo que o trote maluco 2 obriga, no mínimo aconselha, o inexperiente novato a fazer uma festa pra um professor qualquer. Pode ser na sua casa mesmo, ou num bar, danceteria, salão de festas, não importa. Se possível coroe o sorteado rei. São apenas medidas de segurança para eventual necessidade de apoio.


Trote Maluco 3:

Todo início de semestre, especialmente no semestre 1 que entra mais gente, o trote tradicional - aquele com erva mate, tinta, ovo podre e essência de zurrilho - deixa o campus todo num cheiro tão desagradável que dá vontade de não por os pés lá por uma semana. Os banheiros ficam com as pias e o chão e os assentos enlameados daquela mistura braba. Os ônibus ficam podres. É o caos.

Portanto o trote maluco 3 propõe que após a farra toda os próprios infelizes limpem a baderna toda com água e sabão, balde e vassoura, pano, rodo e desinfetante. Seguindo aquele lema abriu fechou, sujou limpou...


Trote Maluco 4:

Quem entra na idade na tenra idade dos 17,18 anos provavelmente não frequentou muitas festas: o pai não liberava o carro, a identidade não permitia entrada, essas coisas. Agora é festa todo fim-de-semana e às vezes durante a semana também. O sujeito fica enjoado de tanto convite pra festa. Não convém contar os pormenores, por causa dos menores, é evidente.

Eis porquê o trote maluco 4 incentiva o aureolado iniciante de festas a subir as escadarias do Olimpo - Setor de aulas que fica no alto do Campus do Vale - de joelhos, para fazer penitência pela perversão/perversões na qual/nas quais vai ser iniciado nas noites universitárias.


Trote Maluco 5:

Essa é só pra quem vai fazer Cálculo, ou seja, 1/3 ou mais de todos graduandos. Lá pela segunda semana de aulas o felizardo já deve estar derivando e integrando com facilidade aritmética.

O trote maluco 5 desafia o calculista a integrar um bloco de granito. Se ele não tentar já é um bom sinal de saúde mental. E se ele perguntar pra o pessoal da Geologia como se realiza esta façanha vai sacar que não é possível integrar o granito. Todavia é possível desintegrá-lo.