quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Escapando do trote I e II




Escapei do trote duas vezes. Quando entrei na Física os veteranos nos convidaram para uma tal duma reunião na primeira semana. Marcaram pra o dia X. Não fui.

Escapei do primeiro trote.

Na metade da Física pedi transferência interna pra Matemática. Eu não me interessava pela aplicação dos teoremas. Queria mesmo entender as hipóteses e as demonstrações destes.

No primeiro dia de aula na Matemática uma turma de veteranos encurralou a gente na sala de aula. No segundo andar. Pra não ter chance de fugir pela janela. Foram entrando sem pedir licença.

Eu e mais dois já éramos veteranos da Ufrgs. Deixaram a gente sair antes do trote. Mas um já tinha fugido pela janela. Há uma barra de concreto armado do lado de fora do prédio na qual tu podes pisar e caminhar até o corredor do segundo andar.

Pelos motivos acima citados nunca tomei trote. E abomino aquele cheiro de gosma que eles passam nos bixos. No início do semestre o campus todo, mas principalmente os banheiros - as pias ficam imundas, o chão idem - os corredores e o gramado do Solarium fica fedendo àquela mistura podre que eles aplicam nos calouros.

Isso sem citar as humilhações, as posições suspeitas e as frases bagaceiras que eles obrigam os idiotas a repetirem.

Tinha que inventar um contra-trote dos pré-formandos nos formandos. Algo como uma iniciação à vida profissional. Uma despedida de solteiro - sem diploma. Como se o sujeito casasse com o diploma. Tem alguns que casam mesmo. Homem quando casa com o trabalho pode largar de mão.

Ia ser muito engraçado e compensador.


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